Ciência

Até os rastros brancos de aviões estão esquentando a Terra

O estudo analisou dados de satélites de mais de 64 mil rastros de condensação gerados por vários aviões que voaram pelo Atlântico Norte
Imagem: NASA/Reprodução

Nos últimos anos, as companhias aéreas vêm adotando a estratégia de voar em altitudes maiores para reduzir as emissões de carbono. Porém, isso aumentou os rastros de condensação dos aviões, esquentando ainda mais a Terra. Pelo menos, é o que aponta um novo estudo.

Vale destacar que os aviões modernos apresentaram grandes avanços na redução das emissões de carbono através de um sistema mais econômico de combustível. No entanto, segundo um estudo recente, publicado no último dia 7, o impacto dos aviões no aquecimento global pode ser maior que antes. Isso devido justamente à formação de rastros de condensação.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Imperial College London, no Reino Unido. Ele analisou dados de satélites de mais de 64 mil rastros de condensação gerados por vários aviões que voaram pelo Atlântico Norte. De acordo com o estudo, aviões modernos – tanto comerciais quanto privados – que viajaram em grandes altitudes para economizar combustível, produziram rastros de condensação mais persistentes em comparação a aeronaves mais antigas.

Rastros de condensação são aqueles rastros brancos que os aviões deixam no céu, criando linhas de vapor de água quando os aviões passam voam por zonas úmidas de grande altitude.  Esses rastros de condensação retêm calor na atmosfera, contribuindo para o aquecimento do planeta.

Embora o estudo aponte o impacto dos rastros dos aviões para o aquecimento da Terra, os pesquisadores ressaltam a importância dos sistemas uso eficiente de combustível. “Isso não quer dizer que um avião mais econômico em termos de combustível seja algo ruim. Pelo contrário, essas aeronaves têm menos emissões de carbono por passageiro-quilômetro. Contudo, nosso estudo reflete os desafios da indústria da aviação para reduzir os seus impactos no clima”, disse Edward Gryspeerdt, co-autor do estudo.

Jatos de super ricos são os maiores responsáveis

Em outro estudo publicado em março, cientistas do MIT revelaram que os rastros de condensação correspondem a pouco mais de um terço dos impactos da aviação no clima.

Jatinhos privados, que já viraram tema de polêmica devido às altas emissões de carbono, são os maiores responsáveis pelos rastros de avião que aquecem a Terra. Segundo os pesquisadores da Imperial College London, aviões menores produzem rastros de tamanho similar aos dos aviões comerciais.

“Nós já sabíamos que essas aeronaves criavam uma enorme quantidade de emissões de carbono por passageiro para que os super ricos possam viajar confortavelmente. Mas, agora, nossas descobertas acrescentam preocupações sobre o impacto no clima que causado pelos jatos particulares enquanto os países pobres continuam a sofrer com eventos climáticos extremos”.

Em maio, o Giz Brasil publicou o ranking dos 10 países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Ele é composto exclusivamente por nações que estão entre as mais pobres do mundo, segundo a ONU. Confira aqui.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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