Cinco dos principais bancos do mundo estão investindo bilhões na destruição da Amazônia

Bancos se comprometeram a serem sustentáveis; no entanto, relatorio da Amazon Watch mostra que eles estão investindo em extração de petroleo da Amazônia.
Indígena protesta em Quito, Equador, contra extração de recursos da floresta amazônica. Crédito: AP
Indígena protesta em Quito, Equador, contra extração de recursos da floresta amazônica. Crédito: AP

Atualmente, o investimento na destruição planetária é alto. Nos últimos meses, grandes empresas como Amazon e Microsoft se comprometeram a priorizar a sustentabilidade, embora seus planos para isso sejam, no mínimo, problemáticos. Ativistas ambientais direcionaram seus esforços contra as instituições financeiras e analisaram suas atividades relacionadas ao aquecimento do clima.  Apesar de também terem assumido compromissos de terem ações “mais limpas”, uma nova pesquisa mostra que essas empresas estão fazendo um trabalho muito ruim.

Um novo relatório do grupo de direitos ambientais e indígenas Amazon Watch revela que cinco dos maiores bancos do mundo estão financiando a extração de petróleo na Amazônia ocidental. As cinco instituições financeiras destacadas — Citigroup, JPMorgan Chase, Goldman Sachs, HSBC e BlackRock — forneceram dezenas de bilhões de dólares para empresas de petróleo que operam no Peru, Equador e Colômbia.

Os locais de petróleo e gás já se espalharam por dois terços da floresta tropical no Equador e no Peru. A extração de combustíveis fósseis não é apenas um dos principais contribuintes diretos para a crise climática. Também resulta em desmatamento, destruindo assim um sumidouro de carbono essencial e territórios ancestrais dos quais dependem os povos indígenas e dezenas de milhares de espécies.

O relatório observa que, como muitos locais de exploração de petróleo e gás estão em áreas remotas, a perfuração exige a construção de novas estradas nas profundezas da floresta, o que “abre caminho para mais destruição da floresta devido a extração ilegal de madeira, mineração ilegal, novos assentamentos e instalação de oleodutos”.

A ironia é que, em alguns casos, esses investimentos contradizem as promessas de sustentabilidade que algumas empresas anunciaram nos últimos meses. Em janeiro, a BlackRock, por exemplo, prometeu “reformular fundamentalmente o financiamento para lidar com as mudanças climáticas”. Logo após, o JPMorgan Chase anunciou novas restrições ao financiamento de carvão e petróleo e gás do Ártico, compromissos ambientais de seu braço de gerenciamento de ativos e um plano para financiar mais energia limpa.

Mas o relatório afirma que, a partir do quarto trimestre financeiro de 2019, a BlackRock detém US$ 2,5 bilhões em ações e títulos em empresas petrolíferas que extraem petróleo na Amazônia, e o JPMorgan Chase contribuiu com mais de US$ 890 milhões para a extração de petróleo na Amazônia.

Esses investimentos ocorreram apesar da “oposição explícita de grupos indígenas no terreno e do agravamento da crise climática que essa atividade promove”, informou a Amazon Watch em um comunicado.

À medida que a crise climática se torna ainda pior, precisamos eliminar rapidamente a perfuração de petróleo e gás, proteger e expandir os sumidouros naturais de carbono do planeta. E enquanto alguns bancos estão discutindo boas ações, o dinheiro deles está indo na direção oposta.

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