Cientistas descobriram um bicho marinho desconhecido durante uma expedição de 45 dias em uma das áreas mais remotas da Terra, a região Clarion-Clipperton (CCZ), no oceano pacífico.
A expedição descobriu novas espécies de porcos-do-mar, esponjas e o bicho marinho desconhecido, transparente e com aparência extra-terrestre. Esses animais habitam as planícies abissais da CCZ, que são áreas extensas no fundo do oceano que ficam entre três e seis mil metros abaixo do mar.
De acordo com Thomas Dahlgren, ecologista marinho da Universidade de Gotemburgo, que liderou a expedição, a região é uma das menos exploradas da Terra. As planícies abissais dos oceanos, embora cubram mais da metade da superfície da Terra, possuem uma vida animal muito desconhecida.
“Apenas um em cada 10 espécies de animais já foi descrito pela ciência. Essa expedição, portanto, é um dos poucos casos, desde o século XVIII, em que pesquisadores descobrem, ao mesmo tempo, novas espécies e ecossistemas”, diz.
Bicho marinho desconhecido e esponja que vive 15 mil anos: as descobertas da expedição
Para descobrir a nova criatura marinha e outros bichos, os pesquisadores utilizaram um veículo subaquático operado remotamente (ROV) para fotografar e coletar amostras desses habitantes do fundo do mar.
O resultado do trabalho dos cientistas revelou uma vasta quantidade de notáveis criaturas que se adaptaram a um ambiente escasso de nutrientes.
Entre as descobertas notáveis, está uma esponja que possui o formato de uma tigela, e de acordo com os cientistas, há a espécie é bastante antiga e possui o maior tempo de vida entre qualquer criatura da Terra, vivendo por até 15 mil anos.
Além da esponja, o porco-do-mar descoberto na região chama atenção por sua coloração rosa, ganhando o apelido de “Barbie”.
Mas, obviamente, a maior descoberta foi o pepino-do-mar transparente, sendo a criatura marinha mais desconhecida da expedição.
Esse bicho marinho desconhecido é um pepino-do-mar que pertence à família Elpidiiae, que ganhou o apelido “unicumber”, ou “pepino-do-mar único”, devido a sua aparência rara. Por ser todo transparente, os órgãos desses animais ficam todos visíveis e ele possui uma longa calda, que, segundo Dahlgren, os pesquisadores acreditam que seja para facilitar o nado.
“Os pepinos-do-mar são alguns dos maiores animais que encontramos na expedição. Eles agem como aspiradores de pó no fundo do mar. E são especialistas em encontrar sedimentos que passaram por poucos estômagos”, diz, por fim, o ecologista.