Brasil nomeia estrela e exoplaneta a 109 anos-luz da Terra como Tupi e Guarani

Em junho, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) anunciou uma campanha para permitir que mais de cem países votassem em nomes para estrelas e exoplanetas. Os vencedores do concurso brasileiro foram anunciados nesta terça-feira (17): a estrela se chamará Tupi, e o planeta terá o nome de Guarani. Antes, o planeta e […]

Em junho, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) anunciou uma campanha para permitir que mais de cem países votassem em nomes para estrelas e exoplanetas. Os vencedores do concurso brasileiro foram anunciados nesta terça-feira (17): a estrela se chamará Tupi, e o planeta terá o nome de Guarani.

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Antes, o planeta e a estrela tinham nomes nada simpáticos: HD 23079B e HD 23079. Eles ficam na constelação do Retículo e estão a aproximadamente 109 anos-luz da Terra.

A votação organizada pela IAU seguiu o mesmo padrão em todos os países: cientistas e astrônomos selecionavam sugestões e montavam uma lista, e o público votava na sua opção preferida. No Brasil, havia 14 candidatos que faziam referência à cultura do País, como Arara e Sabiá, Caipora e Curupira, Capitu e Bentinho, Dandara e Zumbi, Iara e Saci.

Tupi e Guarani foram os vencedores, recebendo 15% de um total de apenas 7.060 votos. Tupi é a designação dos povos que falavam a língua tupi e habitavam o litoral brasileiro no século XVI. Guarani é o nome do mais populoso povo indígena da América do Sul, que habitava o que hoje corresponde à Argentina, ao Paraguai, ao Uruguai, à Bolívia e ao centro-sul do Brasil.

E que nomes outros países escolheram? Escolhemos alguns dos nomes mais curiosos.

  • A Argentina quis usar termos do idioma do povo indígena Moqoit, que vive no norte do país. Sua estrela se chamará Nosaxa, que significa “primavera”, e seu planeta se chamará Naquÿa, que quer dizer “irmão”.
  • Os EUA escolheram nomes de rios do estado do Alasca. A estrela recebeu o nome de Nushagak, e o planeta, de Mulchatna.
  • A África do Sul decidiu homenagear heroínas da história do país. Sua estrela se chamará Naledi, que significa “estrela” e é um nome próprio dado para meninas na esperança de que tragam luz e alegria para suas famílias. Já o planeta se chamará Krotoa, nome da educadora, intérprete e tradutora que viveu no século 17 e é considerada Mãe da África.
  • A Etiópia optou por um tema bem específico e inusitado: o tradicional ritual do café do país. A estrela se chamará Buna, que quer dizer “café”, e o planeta terá o nome de Abol, como é chamada a primeira rodada na cerimônia do café.
  • A Grécia, como era de se esperar, recorreu à sua mitologia — mais especificamente, ao mito da Hidra, o monstro de nove cabeças. A estrela se chamará Lerna, nome do lago onde a Hidra teria vivido, e o planeta se chamará Iolaus, nome do sobrinho de Hércules que ajudou o tio a exterminar o monstro.
  • A China recorreu a deuses de seus povos ancestrais para batizar suas estrelas e planetas. A estrela da China se chamará Xihe, nome da deusa do Sol, enquanto o planeta receberá o nome de Wangshu, deusa que leva para a Lua.
  • O Japão usou palavras de seus povos indígenas para batizar os astros. A estrela do Japão se chamará Kamui, nome de uma entidade sobrenatural que possui energia espiritual, e o planeta terá o nome de Chura, palavra que significa “beleza natural”.

Você pode ver todos os nomes escolhidos no site da campanha NameExoWorlds.

[NameExoWorlds, Agência Brasil]

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