Ciência

“Brasileiras no Espaço”: conheça Lorrane Olivlet, que virou personagem da Turma da Mônica

Na série "Brasileiras no Espaço" do Giz Brasil, conheça a jovem de 29 anos que se tornou rosto e voz de uma nova geração da ciência através da pesquisa de saúde e espaço
Imagem: Acervo pessoal/ Lorrane Olivlet/ Reprodução

Nesta terceira parte da série de reportagens “Brasileiras no Espaço”, o Giz Brasil apresenta Lorrane Olivlet. Foi com três anos de idade, por meio de um livrinho da Nestlé sobre o Sistema Solar, que ela passou a se interessar pelo espaço. Mas foi apenas quando já estava na universidade, ao participar de grupos de astronomia, que realmente entrou em contato com estudos sobre o tema.

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Desde então, a jovem trilhou seu próprio caminho na área. Hoje, Lorrane trabalha em suas redes sociais divulgando ciência, somando mais de 1,5 milhão de seguidores em todas as plataformas. 

Também já publicou seu primeiro livro, que introduz o conhecimento sobre o Sistema Solar –  assim como aquele que a inspirou – para quem quer ter o primeiro contato com os estudos do céu.

Além disso, também é o rosto das redes da Agência Espacial Brasileira, se tornou personagem das histórias de Mauricio de Sousa na Turma da Mônica e é uma das pessoas que mais detectou asteroides pelo sistema de imagens da NASA no Brasil.

Em maio, a jovem concorreu ao Prêmio Mulheres no Espaço 2024 na categoria de educação e alcance. Embora não tenha seguido entre as finalistas, a indicação reconhece todo o caminho que Lorrane já percorreu.

O cotidiano da ciência

Sua carreira na internet começou há cerca de quatro anos, quando começou a compartilhar conteúdos sobre curiosidades do espaço, palestras que dava e eventos que participava. Logo quando começou esse trabalho de divulgação, percebeu que havia um gargalo na área. 

Muitas pessoas me mandavam mensagens falando: ‘olha meu sonho também é participar disso, mas na realidade não conheço ninguém que gosta’. Eu me vi no que as pessoas falavam, porque também fiquei muito tempo sem poder participar das coisas porque eu não conhecia, não tinha aquele aquele intermédio, sabe? Eu senti muita falta disso. Por onde que eu começo? Por onde eu vou? E aí eu comecei a fazer esse papel

Lorrane Olivlet

De acordo com a pesquisadora, poucas poucas pessoas falavam do assunto – e, desse reduto,  pouquíssimas eram mulheres. Aos poucos, Lorrane foi ocupando as brechas que havia na área.

Hoje, a jovem monta sua rotina em torno das palestras que dá, do mestrado que cursa e dos conteúdos que produz para a internet. Para não dar margem a informações erradas, seu cotidiano inclui muita pesquisa, consulta a informações oficiais e conversa com especialistas.

“Quando eu não tenho nenhum tipo de afinidade, eu conheço pesquisadores da área e pergunto: ‘olha, o que você acha'”, conta ao Giz Brasil. Na Agência Espacial Brasileira, ela recebe esse apoio quando o tema é desconhecido por ela. Nesses casos, os especialistas da área ajudam a jovem nos roteiros e a informação é passada de modo simples, mas verídico e efetivo.

Mas seu trabalho também leva muito de si. “Eu tento levar o que é a Lorraine, então você vai ver ali um conteúdo bem diferente do que você veria em outros lugares”, afirma. 

Construindo um futuro

Frente ao retorno que recebe por seus conteúdos, Lorrane decidiu criar um grupo chamado InSpace. Lá, ela tenta dar um norte para quem, assim como ela, tem interesse na área e não sabe por onde seguir. Há participantes de diversas idades – desde os 11 anos -, de todos os estados do Brasil e também de Moçambique.

Segundo a jovem, o grupo é colaborativo. Dessa forma, ela oferece palestras e treinamentos sobre as áreas STEAM (acrônimo em inglês para as disciplinas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), por exemplo sobre escrita de artigos científicos, enquanto os participantes também trazem contribuições como a participação de alguém da área que conheceram.

“A gente já participou de competições juntos, a gente faz uma competição de caça aos asteroides. Já construímos um satélite pequenininho”, enumera Lorrane. Nesse processo, ela conta que percebeu um grande interesse por parte de meninas e a importância de ser uma líder mulher para incentivar essas trajetórias.

No futuro, Lorrane quer unir sua formação em engenharia biomédica e sua paixão pelo espaço para estudar temas que relacionam a saúde e a vida dos astronautas. 

Como que o corpo humano reage numa viagem espacial? Você vai precisar de tudo que você tem aqui na terra, basicamente. Então essa parte de saúde é fundamental, se você não compreende sobre isso não tem como ir para o espaço, que é um lugar extremamente hostil

Lorrane Olivlet

Dessa forma, a jovem pretende se especializar na área de ambientes espaciais análogos (aqueles que imitam as condições do espaço) e fazer um trabalho na Antártica para estudar a saúde de astronautas. E, claro, se tiver a oportunidade, sonha em se tornar ela mesma uma astronauta um dia. 

– Confira também as outras duas personagens da série “Brasileiras no Espaço”, do Giz Brasil:

 

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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