O broto de algodão germinado na Lua não durou muito e já está morto

No início da semana, o germinar de uma semente de algodão na Lua deixou boa parte da comunidade científica feliz, pois isso poderia ajudar em uma possível viagem interplanetária. Nosso satélite poderia ser uma parada estratégica para astronautas produzirem alimentos ou matéria-prima para vestimentas. Bem, a felicidade durou pouco. Durante a noite desta quarta-feira (16), […]
Imagem prévia da semente de algodão antes de morrer. CNSA/Chongqing University

No início da semana, o germinar de uma semente de algodão na Lua deixou boa parte da comunidade científica feliz, pois isso poderia ajudar em uma possível viagem interplanetária. Nosso satélite poderia ser uma parada estratégica para astronautas produzirem alimentos ou matéria-prima para vestimentas. Bem, a felicidade durou pouco.

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Durante a noite desta quarta-feira (16), a planta que faz parte da sonda chinesa Chang’e 4 simplesmente morreu. A razão é a mesma pela qual vegetais morrem por aqui: ela dependia da luz do Sol que batia no lado oculto da Lua e quando chegou a noite lunar, além de escurecer, a temperatura caiu muito.

Ao todo, a planta durou por cerca de um dia. O fato é que a sonda Chang’e 4 entrou no modo hibernação durante a noite lunar. Neste período de 14 dias, as temperaturas podem cair em até -170ºC. Em comparação, durante o dia, pode fazer um “calorão” de 127ºC. Aliás, esta grande variação de temperatura é um dos obstáculos de tentar fazer algo crescer na Lua. Diferente da Terra, a Lua não conta com uma atmosfera para ajudar a “amortecer” temperaturas extremas.

O recipiente em que o algodão foi germinado também contém sementes de batata e levedura. No entanto, após 14 dias de privação de Sol, elas não devem sobreviver a essa severa condição. A agência espacial chinesa informou que após comprovarem que não é mais possível cultivar essas sementes, eles vão selar esses materiais no recipiente para evitar contaminar a superfície lunar.

De acordo com o professor Xie Gengxin, da Universidade Chogqing, que ajudou a desenvolver o experimento, as plantas durarem pouco já era algo esperado. “A vida em tais condições não sobreviveriam a noite lunar”, disse o especialista em um comunicado reproduzido pelo Guardian.

Todo este experimento foi feito para testar a fotossíntese e a respiração de plantas no ambiente lunar. Sabemos que já existe uma longa tradição de plantas espaciais cultivadas na Estação Espacial Internacional, mas na Lua, o broto de algodão foi o primeiro, apesar de sua breve vida. Numa próxima missão, o jeito vai ser criar um recipiente controlado que simule as condições da Terra.

Descanse em paz, broto de algodão lunar.

[Guardian, BBC e Gizmodo ES]

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