Câmeras na Malásia registram queda de foguete chinês de 25 toneladas

Restos de enorme foguete chinês caíram de forma descontrolada. NASA critica a falta de transparência da China
Câmeras na Malásia registram queda de foguete chinês de 25 toneladas
Imagem: CASC/Divulgação

O estágio principal de um gigantesco foguete chinês reentrou na atmosfera da Terra na tarde deste sábado (30). A estrutura de 25 toneladas pertencia ao foguete Long March 5B, usado para lançar em órbita o penúltimo módulo da Estação Espacial Chinesa Tiangong, no último dia 24 de julho.

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A queda ocorreu de forma descontrolada, com os restos do foguete caindo na direção do Oceano Índico. Na Malásia, um usuário compartilhou o vídeo do lixo espacial em chamas riscando o céu, acreditando se tratar de meteoros, como visto no tuíte abaixo:

https://twitter.com/nazriacai/status/1553424586624335872

Diferentemente de outros foguetes que caem no mar logo após a decolagem ou pousam suavemente no solo – como é o caso dos foguetes da SpaceX – o Long March 5B entrou em órbita junto com a sua carga útil. Após liberar o módulo Wentian para atracação com a Tiangong, o primeiro estágio do foguete se tornou em um grande pedaço de lixo especial, até que o arrasto atmosférico o fez cair sobre a Terra.

Conforme apontou o Space, esse tipo de lançamento é controverso, pois o foguete volta para a Terra de forma imprevisível e descontrolada. Além disso, o foguete não queima totalmente na reentrada, existindo o risco de que componentes caiam em áreas povoadas, ferindo pessoas ou danificando infraestruturas.

NASA critica queda descontrolada de foguete chinês

Segundo estimativa da The Aerospace Corporation, entre 5,5 e 9,9 toneladas do Long March 5B devem ter chegado à superfície durante essa reentrada. Autoridades chinesas, por sua vez, afirmaram que os restos do foguete caíram em mar aberto, próximo da costa da Ilha de Palawan, que faz parte das Filipinas.

O administrador da NASA, Bill Nelson, tem feito nos últimos meses críticas recorrentes ao programa espacial chinês. Ele aproveitou o episódio para, mais uma vez, atacar o país asiático, afirmando que os chineses não compartilharam informações específicas sobre a trajetória do foguete.

“Todas as nações espaciais devem seguir as melhores práticas estabelecidas e fazer sua parte para compartilhar esse tipo de informação com antecedência para permitir previsões confiáveis ​​do risco potencial de impacto de detritos, especialmente para veículos pesados, como o Long March 5B, que carrega um risco significativo de perda de vidas e bens”, disse Nelson em comunicado.

Apesar da queda descontrolada do foguete, a China tem se empenhado em resolver o problema do lixo espacial em órbita da Terra. No último mês, os chineses implantaram com sucesso uma “vela de desorbitação” nos restos de um foguete Long March-2D, lançado em junho. O sistema funciona como se fosse uma pipa gigante que ajuda a desacelerar a velocidade do lixo espacial e permite que ele volte à Terra em poucos anos, em vez de ficar orbitando o planeta por várias décadas.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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