Capitão de navio gera desastre ambiental por buscar sinal de celular
Na última quinta-feira (28/9), a Diretoria de Segurança de Transportes do Japão afirmou que o navio cargueiro que derramou mil toneladas de petróleo na costa do país africano, Ilhas Maurício, em 2020, estava fora do curso, pois o capitão do navio buscava um sinal de celular.
O MV Wakashio saiu do porto Lianyungang, na China, com destino ao porto de Tubarão, em Santa Catarina, quando se chocou próximo ao parque marinho da Baía Azul, nas Ilhas Maurício, no Oceano Índico, em 25 de julho de 2020. O navio, de propriedade japonesa, navegava sob uma bandeira do Panamá e o capitão era da Índia.
À época, o país insular no Leste da África declarou estado de emergência ambiental após o derramamento.
De acordo com o relatório, dois dias antes do incidente, para obter sinal de celular, o capitão alterou o curso do navio para viajar a cinco milhas náuticas da costa (9 km), em vez das originalmente planejadas 22 milhas náuticas (40 km).
O capitão do navio estabeleceu esse novo curso sem autorização dos órgãos de segurança da região. Além disso, ele não sabia que as águas daquela área tinham menos de 20 metros de profundidade. Por isso, o navio colidiu com um recife de corais.
“Maior desastre ambiental da história das Ilhas Maurício”, segundo o Greenpeace
A investigação também descobriu que o capitão do navio alterou o plano de viagem com o intuito de encontrar sinal para seu celular. Segundo o Japão, esse caso não foi isolado, indicando um comportamento irresponsável por parte de toda a tripulação.
Além disso, o relatório detalhou que, pouco antes do incidente, o capitão consumiu duas doses de whisky durante uma festa de aniversário a bordo do navio. Ele foi preso um mês após o incidente.
A limpeza do mar sofreu atrasos devido à COVID-19 e às condições climáticas, causando ainda mais danos. O Greenpeace considera esse incidente como o pior desastre ambiental da história do lugar.