Ciência

Chefe da NASA acusa China de manobra militar no espaço

Estados Unidos estão em uma "corrida" com Pequim, segundo o chefe da NASA. Ele enfatizou que seu país deve pousar na Lua antes dos chineses
Imagem: NASA/Reprodução

O administrador da NASA Bill Nelson acusou a China de usar sua crescente presença no espaço como uma forma de demonstrar força militar. As declarações do líder da agência espacial dos EUA vieram a público nesta quarta-feira (17).

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“Acreditamos que grande parte de seu chamado programa espacial civil é um programa militar”, disse Nelson, durante uma comissão de gastos da Câmara dos Representantes do Congresso em Washington. O gigante asiático “fez progressos extraordinários nos últimos 10 anos, mas [esses progressos] são muito, muito secretos”, declarou.

“Esperaria que a China, o Programa Espacial Chinês, tomasse juízo e entendesse que o espaço civil é para usos pacíficos. Mas não vimos a China demonstrar isso”, comentou, de acordo com AFP.

Não é a primeira vez que Nelson comenta sobre o receio medo dos EUA quanto à presença chinesa na Lua — e o avanço do programa lunar chinês. Em entrevista ao site Politico em janeiro do ano passado, o ex-astronauta disse que a China poderia eventualmente reivindicar a “propriedade” das áreas lunares ricas em recursos.

Ele disse que os norte-americanos devem estar atentos para que os chineses “não cheguem a um lugar na Lua sob o disfarce de pesquisa científica.”

Nova corrida espacial entre NASA e China

Os Estados Unidos estão em uma “corrida” com Pequim, segundo Nelson. Ele enfatizou que seu país deve pousar na Lua antes dos chineses.

Os Estados Unidos planejam enviar seus astronautas para a Lua em 2026 com sua missão Artemis 3. A China também pretende enviar seus taikonautas em 2030.

Antes de enviar tripulantes à Lua, a China pretende lançar uma missão chamada Chang’e 8, em 2028. A ideia é que ela sirva como uma base para o projeto da futura ILRS (Estação Internacional de Pesquisa Lunar, na sigla em inglês).

Apesar das afirmações de Bill, a China faz parte do Tratado do Espaço Sideral, que proíbe as nações de reivindicarem território sobre qualquer corpo celeste. O que pode acontecer é, na verdade, uma competição por locais de pouso e recursos limitados, mas nada comparado a uma dominação espacial.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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