China diz que “resolveu” vício em videogames de crianças
O órgão estatal da China que supervisiona os videogames comemorou na terça-feira (22) ao anunciar “sucesso” nos esforços para que as crianças do país reduzissem o consumo de jogos eletrônicos.
Em um relatório, as autoridades chinesas dizem que o país “resolveu” o vício em games, classificados pelo governo da China como “ópio espiritual”. A agência Reuters e o jornal britânico Financial Times tiveram acesso ao documento.
Em agosto de 2021, Pequim instaurou regras para barrar o consumo desenfreado de videogames desde agosto de 2021. À época, impôs um “toque de recolher” às crianças em frente aos jogos e limitou o acesso apenas às sextas-feiras, sábados e domingos.
No relatório, o GPC (Comitê de Publicações da Associação de Editores de Jogos da China) diz que 75% dos menores agora jogam menos de três horas por semana. Especialistas apontam que, com os dados, é possível que Pequim “relaxe” as regras sobre jogos para menores.
Grandes fabricantes de jogos, como a Tencent e NetEase, usam tecnologias para reconhecer crianças em frente aos consoles. Assim, impedem que menores de idade joguem durante a madrugada.
Isso é possível por causa das regras do governo chinês, que exigem uma identidade real para que os usuários fiquem online. Ainda assim, há registro de crianças que burlam a lei usando a conta dos pais ou comprando identidades de outras pessoas – o que coloca em cheque os dados oficiais.
O que está por trás
O documento foi publicado uma semana depois de um editorial da mídia estatal chinesa People’s Daily, que indica os próximos passos do governo chinês no mercado de jogos.
O texto diz que explorar o valor da indústria é uma oportunidade. Além disso, sugere que a China abordará o setor de videogames como faz a União Europeia: com “valor econômico, tecnológico, cultural e estratégico”.
Enquanto isso, gigantes de tecnologia como Sony e Microsoft negociam para incubar jogos na China. A Sony planeja investir mais de US$ 140 mil em novas empresas de games, enquanto a Microsoft deve formar uma equipe para explorar mais jogos fabricados no território chinês.