Tecnologia

China usa IA generativa para confundir eleitores americanos, acusa Microsoft

Empresa acusa governo chinês de estar diretamente envolvido em campanha de desinformação antes de eleições norte-americanas
Imagem: Unsplash/Reprodução

Faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a Microsoft está acusando a China de disseminar desinformação na internet. Segundo a empresa, os chineses estão tentando confundir os eleitores norte-americanos.

De acordo com analistas da empresa, os chineses estão espalhando informações falsas sobre tópicos sensíveis e usando imagens geradas a partir de ferramentas de IA generativa. A gigante da tecnologia acredita que a prática pode gerar consequências graves para o processo eleitoral.

A companhia também alertou que postagens com esse tipo de conteúdo está atingindo altos níveis de engajamento nas redes sociais. O alcance é potencializado, principalmente, por reposts realizados por contas influentes e com histórico de disseminação de desinformação.

A Microsoft está preocupada com o fato de que eleitores que defendem posições controversas estão repostando imagens, mesmo sabendo que foram geradas por IA generativa. Isso acaba gerando um tipo de compartilhamento orgânico com potencial de aumentar ainda mais o alcance dos conteúdos.

O método utilizado pelos agentes mal-intencionados, que de acordo com a empresa estão diretamente ligados ao governo chinês, são perfis falsos e contas sequestradas para compartilhar conteúdos falsos.

Antes Rússia, agora China

Nos últimos anos, o governo norte-americano está bastante preocupado com as interferências externas durante processos eleitorais.

A Casa Branca tem fortes indícios de que as eleições no país sofrem interferência russa desde 2016. No ano passado, o oligarca russo Yevgeny Prigozhin, morto em um acidente de avião no mês passado, disse a jornalistas que a Rússia interferia e continuaria interferindo na democracia americana.

Em entrevista, Eric Schmidt, ex-CEO do Google, mostrou preocupação com eleições presidenciais em um cenário onde a IA não está devidamente regulamentada. 

“As eleições de 2024 vão ser um desastre, porque as redes sociais não nos protegem da informação falsa gerada pela IA. Estão trabalhando nisso, mas ainda não resolveram”, disse Schmidt à CNBC há poucos meses.

Para Schmidt, o grande efeito colateral a curto prazo é a desinformação, mas os efeitos a longo prazo podem ser ainda mais devastadores. O executivo defende o estabelecimento de diretrizes claras que estabeleçam os limites éticos do desenvolvimento e uso de ferramentas de IA.

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Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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