Existem apenas três espécies de morcegos que se alimentam de sangue: Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngi. O hábito, conhecido como hematofagia, levou esse grupo a receber o simpático nome de morcegos-vampiros.
Esses animais vivem na América do Sul e Central e costumam sair à noite à procura de rango. Bois, vacas e porcos estão entre as vítimas dos pequenos dráculas, que mordem os animais e chupam seu sangue. A atitude vai na contramão das outras espécies de morcegos, que se alimentam de insetos, frutas ou mesmo pequenos sapos e peixes.
Mas o que leva estes mamíferos a aderir a esta dieta peculiar? Essa foi a questão levantada por um grupo internacional de pesquisadores, que inclui cientistas da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
Para entender o comportamento, os pesquisadores compararam o genoma dos morcegos-vampiros com a sequência de DNA de outras 26 espécies de morcegos. Ao final, identificaram 13 genes ausentes nos bebedores de sangue.
De acordo com os cientistas, essas variações genéticas parecem ter ajudado os morcegos-vampiros a se adaptar a uma dieta rica em ferro e proteínas, mas com o mínimo de gorduras e carboidratos. O estudo completo foi publicado na revista Science Advances.
Estes animais possuem apenas um problema. Por ter uma dieta tão baixa em calorias, eles não podem ficar muito tempo sem comer. Mas quem tem amigos, tem tudo. Se um dos morcegos estiver de estômago vazio, outro animal da colônia pode regurgitar sua comida e oferecê-la ao colega.
Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.
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