Cientistas descobrem quando humanos e neandertais se misturaram

Cientistas descobriram que os humanos se misturaram com os neandertais pouco após deixarem o continente africano, estabelecendo um capítulo importante da evolução. Em dois estudos diferentes, publicados na última semana, cientistas revelam novas informações sobre as interações entre humanos e neandertais.

• Descoberto onde Homo sapiens e Neandertais “deram match” pela 1ª vez
• Garoto encontra machado neandertal de 60 mil anos na praia na Inglaterra

Black Friday

Echo Dot 5ª geração | O Echo Dot com o melhor som já lançado | Cor Azul

COMPRAR

R$ 399

Aliás, a comunidade científica já tinha um consenso sobre a mistura de neandertais com humanos, mas o que os novos estudos revelam é que o auge desse momento foi há 47 mil anos.

Atualmente, pessoas sem descendência africana carregam entre 1 e 3% dos genes do DNA de neandertais, herdados de ancestrais que deixaram a África há 60 mil anos.

Quando esses humanos migraram e se depararam com os neandertais, a mistura foi inevitável e resultou em genes que afetam a pigmentação da pele, a resposta imunológica e outras características.

Neandertais e humanos se misturaram por milênios

Em um dos estudos, cientistas da Universidade de Berkeley, na Califórnia, analisaram o genoma de 275 humanos modernos e 59 genes de humanos antigos. As análises revelaram que a mistura com o DNA de neandertais durou 7 mil anos e começou há cerca de 50 mil anos.

O estudo sugere que a mistura genética não era um fenômeno isolado, mas, sim, uma prática comum durante esse período. Além disso, o estudo também destaca que o grupo de humanos que deixou a África não foi “monolítico”, com milênios de mistura com os neandertais.

“Um a cada 20 ancestrais de pessoas que descendem dessa migração é um neandertal”, afirma Priya Moorjani, coautora do estudo.

Em contrapartida, o outro estudo, publicado por cientistas alemães, espanhóis e norte-americanos, reconstruiu o genoma da família de humanos mais antiga do mundo.

Nas ruínas de um castelo da Alemanha, nos anos 1930, arqueólogos descobriram ossos, fragmentos e ferramentas com mais de 41 mil anos.

Em 2024, cientistas descobriram que os fósseis eram de uma família de humanos que, além de ter 45 mil anos, possuem traços de neandertais em seus genes. As análises mostram que esses genes datam de até 80 gerações anteriores aos fósseis, coincidindo perfeitamente com o auge da mistura com humanos.

De acordo com o estudo, esses humanos antigos, apesar da proximidade, não deixaram traços genéticos na população atual. Desse modo, os locais onde ocorreram esses eventos de mistura entre humanos e neandertais continuam incertos, mas muitos cientistas acreditam que o Oriente Médio foi o principal palco.