Ciência

Cientistas encontram de peixe no Arizona que pode viver mais de 100 anos

Nos lagos remotos do deserto do Arizona, nos EUA, uma espécie conhecida como peixe-búfalo parece viver mais de um século
Imagem: University of Minnesota/Reprodução

Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente ao estudar, nos lagos remotos do deserto do Arizona, nos EUA, uma espécie de peixe conhecida como peixe-búfalo. Segundo a pesquisa, o animal pode viver mais de 100 anos, o que é um recorde para os peixes no geral, que vivem, em média, cerca de 20 anos.

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Para entender essa história é preciso voltar um pouco no tempo. Durante a década de 1910, três espécies de peixes-búfalo foram introduzidas nos Estados Unidos e criadas ao longo do Rio Mississippi. Em 1918, alguns deles foram transportados para o Lago Roosevelt, no Arizona, como parte de um esforço para apoiar pescarias comerciais. A expectativa era que os animais não vivessem muito, já que não são nativos da região.

Apesar disso, uma pesquisa, realizada de 2018 a 2023 em colaboração com pescadores locais no Lago Apache, revelou que mais de 90% dos peixes-búfalo capturados no Lago Apache têm mais de 80 anos. Ou seja, os bichos não só viveram mais que o esperado, mas também quebraram todos os recordes de longevidade.

Além disso, com base na análise de estruturas de carbonato de cálcio conhecidas como otólitos, os cientistas sugerem que algumas das espécies originais introduzidas em 1918 ainda podem estar vivas. Um artigo, escrito por pesquisadores da University of Minnesota Duluth, nos EUA, foi publicado na revista Scientific Reports.

Peixe mais resistente que o esperado

A espécie é pertencente ao gênero Ictiobus, peixes de água doce nativos da América do Norte. Especificamente dos Estados Unidos, Canadá, México e Guatemala. Segundo a pesquisa, o Ictiobus é o único grupo de animais, além dos peixes-rocha marinhos (Sebastes), que tem três ou mais espécies documentadas vivendo por mais de um século.

Agora, os pesquisadores querem entender o porquê desses animais viverem tanto. “Uma das principais questões pendentes sobre os peixes-búfalo é como eles fazem isso em termos de sua incrível longevidade. Qual é a fonte da juventude deles?”, disse ao National Geographic a especialista em peixes Alec Lackmann, da Universidade de Minnesota.

A espécie pode passar décadas entre reproduções bem-sucedidas porque requer condições ambientais muito específicas para procriar. Assim, os cientistas acreditam que é por essa razão que eles evoluíram para viver tanto tempo: é uma adaptação evolutiva para dar conta de longos períodos sem procriação.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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