Cientistas encontram fóssil de “peixe vampiro” de 160 milhões de anos
Em um período em que a Terra era habitada por dinossauros, um peixe de aparência sinistra se esgueirava pelas águas atrás de suas presas. Cientistas encontraram fósseis de cerca de 160 milhões de anos atrás de um “peixe vampiro”. Em um artigo, publicado nesta semana na revista Nature Communications, os cientistas detalharam tudo o que se sabe sobre essas lampreias jurássicas.
Lampreia é o nome dado a animais pertencentes a um grupo de vertebrados sem mandíbulas. Atualmente, elas habitam ambientes marinhos e também regiões de água doce. Seu corpo é alongado e se assemelha a uma enguia.
Os fósseis incomuns, encontrados no norte da China, pertencem os parentes mais próximos conhecidos das lampreias modernas e estão “absurdamente preservadas”, diz o coautor do estudo Wu Feixiang.
“Não houve nenhum outro fóssil de lampreia da era dos dinossauros que preservasse tão claramente o seu aterrorizante aparelho oral”, diz ele.
Apesar de existirem há cerca de 360 milhões de anos, as lampreias deixaram poucos vestígios no registo fóssil: os seus esqueletos com muita cartilagem e dentes queratinosos não se preservam bem.
Assim, antes deste estudo, apenas sete espécies fósseis de lampreias tinham sido descobertas, e cinco delas viveram na era Paleozoica, entre 550 milhões e 250 milhões de anos atrás.
Evolução de um peixe predador
Wu e os outros pesquisadores revisaram a árvore genealógica da lampreia depois de encontrar os fósseis. Assim, eles descobriram que os dentes das lampreias atuais são bem diferentes daqueles de seus parentes paleozoicos.
As primeiras lampreias tinham dentes muito pequenos e simples, e poderiam ter sobrevivido raspando organismos do corpo de outros animais aquáticos.
O estudo mais recente mostra que, no período Jurássico, pelo menos algumas lampreias se tornaram predadoras, consumindo a carne das suas presas. Além disso, desde então, eles desenvolveram um forte mecanismo de mordida e eram maiores que seus parentes anteriores. Segundo os estudos, a mudança foi provavelmente impulsionada pelo surgimento de presas abundantes e de escamas finas.