Cientistas encontram uma maneira de captar energia elétrica do ar

O dispositivo ainda está em fase de testes, mas funciona como uma nuvem em pequena escala e pode ser construído com vários materiais. Veja detalhes
ilustração que representa o dispositivo para coletar energia elétrica no ar
Imagem: Derek Lovley/Ella Maru Studio/Reprodução

Engenheiros da University of Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, inventaram um dispositivo que pode captar energia elétrica com a umidade do ar. Eles afirmam que o produto, ainda em fase de testes, pode ser desenvolvido com qualquer material. Mas desde que tenha um monte de furos com 100 nanômetros de diâmetro — ou um milésimo da largura de um fio de cabelo.

Como assim coletar energia elétrica no ar? O engenheiro Jun Yao, autor do estudo, explica: “Uma nuvem não é nada mais do que uma massa de gotículas de água. Cada uma dessas gotículas contém uma carga e, quando as condições são adequadas, a nuvem pode produzir um raio. O que fizemos foi criar uma nuvem em pequena escala […] para que possamos colher a eletricidade.”

Como é possível

O dispositivo é feito com uma fina película de celulose – mas proteína da seda e óxido de grafeno também são opções – com nanoporos pelos quais as moléculas de água viajam. Esse movimento transfere as cargas elétricas da água para o material. À medida que as moléculas de água se acumulam no topo da película, acontece um desequilíbrio de carga entre os dois lados do dispositivo.

O ar ascendente, explicam os cientistas, cria mais colisões entre as moléculas de água que estão no topo da nuvem em miniatura – e o resultado é um excesso de carga positiva na parte superior do dispositivo e um excesso de carga negativa na parte inferior.

A energia elétrica pode então ser redirecionada para alimentar pequenos dispositivos ou armazenada em uma bateria. Por enquanto, os engenheiros conseguiram gerar uma saída de tensão espontânea de 260 milivolts com o dispositivo – um celular requer cerca de 5 volts. Mas a equipe acredita que pode alcançar uma potência maior sobrepondo várias películas.

“A ideia é simples, mas nunca foi descoberta antes e abre todos os tipos de possibilidades”, disse Yao. O estudo foi publicado no início do mês na revista Advanced Materials.

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