Ciência

Cientistas lançam mapa detalhado da poeira cósmica na Via Láctea

Os astrônomos usaram 130 milhões de espectros da missão Gaia, da ESA, para criar o mapa; saiba detalhes
Imagem: ESO/Reprodução

Astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia em Heidelberg, Alemanha, criaram o mapa tridimensional mais detalhado da poeira cósmica na Via Láctea.

De acordo com um estudo publicado na última quinta-feira (13), os cientistas usaram dados da missão Gaia, da ESA, que lançou 220 milhões de espectros em junho de 2022. Os astrônomos escolheram 130 milhões de espectros para discernir as propriedades da poeira interestelar.

Desse modo, o mapa 3D da poeira cósmica da Via Láctea revela a distribuição e propriedades da poeira, que permeia o espaço entre a Terra e todos os outros objetos celestes da nossa galáxia.

Além disso, a poeira cósmica da Via Láctea obscurece e distorce nossa visão das estrelas e outros corpos celestes.

Portanto, as estrelas parecem mais vermelhas e com brilho mais fraco devido à absorção e dispersão de luz pela poeira cósmica. Esse fenômeno é conhecido como “extinção”.

O mapa 3D da poeira cósmica da via láctea mostra as regiões da nossa galáxia onde essa extinção é mais ou menos dependente do comprimento de onda de luz.

Imagem: Instituto Max Planck de Astronomia/Divulgação

A cor vermelha indica as regiões mais dependentes, enquanto o azul mostra áreas que dependem menos da extinção. Contornos em cinza no mapa destacam áreas com alta densidade de poeira cósmica na Via Láctea.

 Machine Learning ajudou a criar mapa da poeira cósmica da Via Láctea

Os cientistas usaram uma rede neural, com um sistema sofisticado de machine learning para processar os dados dos 130 milhões de espectros de estrelas. Assim, a rede neural criou o mapa 3D da poeira cósmica da Via Láctea com base nas propriedades das estrelas, bem como características da poeira em suas respectivas áreas.

Graças à rede neural, os cientistas conseguiram mapear a curva da extinção gerada pela poeira em até 8 mil anos-luz de distância do Sol.

O mapa revelou que a curva de extinção em regiões mais densas de poeira cósmica era mais acentuada do que se esperava, possivelmente pela abundância de uma forma de hidrocarboneto.

Com isso, os pesquisadores pretendem investigar essa acentuação na curva através de mais observações. No entanto, eles não poderão contar com a ajuda da missão Gaia.

Em janeiro deste ano, após coletar mais de três trilhões de observações da Via Láctea, a ESA finalizou a missão Gaia.

A missão foi extremamente importante para várias descobertas astronômicas. Além do mapa da Via Láctea, a missão Gaia ajudou a identificar o buraco negro mais próximo da Terra, bem como o maior buraco negro estelar da galáxia.

Leia mais: Astrônomos descobrem o maior buraco negro estelar da Via Láctea

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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