Estrela supergigante Betelgeuse pode ter companheira escondida
Um novo estudo revelou que a estrela supergigante Betelgeuse pode ser uma estrela binária, ou seja, compartilha sua órbita com uma estrela companheira — até então desconhecida.
Em um estudo publicado na semana passada, cientistas do Centro de Astrofísica Computacional, em Nova York, batizaram a possível companheira como “Betelbuddy”. Literalmente, “companheira de Betel”.
Vale lembrar que, observações de 2019 notaram uma redução no brilho da Betelgeuse, especulando que a segunda maior estrela de Orion entraria em sua fase de explosão em uma supernova.
No entanto, de acordo com estudos recentes, essa redução inesperada no brilho da estrela supergigante seria apenas uma ejeção massiva incomum de material de sua superfície, que formou uma nuvem de poeira que bloqueou temporariamente parte da luz da estrela.
Porém, a possibilidade de uma estrela companheira escondida também poderia explicar outro mistério: as mudanças irregulares de brilho em Betelgeuse. A estrela exibe dois períodos separados de brilho e escurecimento: um que pulsa em uma escala de tempo um pouco mais de um ano, e um que pulsa em uma escala de tempo de cerca de seis anos.
Descoberta da companheira de Betelgeuse
Os cientistas realizaram simulações específicas para chegar ao resultado mais próximo do fenômeno responsável pela reduções de brilho da estrela supergigante.
Para isso, eles combinaram dados de observações da estrela feitos por telescópicos convencionais com simulações da atividade da Betelgeuse.
Assim, em vez de uma explosão de supernova iminente, as mudanças no brilho da Betelgeuse são, provavelmente, pela ação da estrela companheira. Isso porque a Betelbuddy pode funcionar como uma “vassoura”, removendo a poeira estelar ao redor da órbita compartilhada.
Essa limpeza, segundo os cientistas, altera a quantidade de luz de Betelgeuse que chega à Terra, resultando nas alterações de brilho da Betelgeuse.
“Se não houver uma ‘Betelbuddy’, então algo muito mais estranho está acontecendo com a Betelgeuse. E o que quer que seja, não conseguimos explicar com a física atual”, afirmou Jared Goldberg, coautor do estudo.
Betelgeuse tem cerca de 14 vezes mais massa que o Sol, sendo 400 mil vezes mais volumosa e também 100 mil vezes mais brilhante que a nossa estrela. Esse brilho todo deve ofuscar a estrela companheira, que deve ter o dobro da massa do Sol.
Isto corrobora ainda mais com a hipótese. Pois, segundo os cientistas, uma estrela com tamanho similar ao Sol é o tipo mais plausível de estrela companheira para Betelgeuse.