Cientistas relacionam a fome a sinais de raiva e irritabilidade

Já deu uma resposta atravessada para alguém quando estava de barriga vazia? Não é por acaso. Com a palavra, a ciência
Fome raiva
Imagem: Sander Dalhuisen/Unsplash/Reprodução

Já deu uma resposta atravessada para alguém quando estava de barriga vazia? Não é por acaso. Pesquisadores da Universidade de Ciências da Saúde Karl Landsteiner, na Áustria, e da Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, mostraram que a fome realmente pode deixar as pessoas mais estressadas e com raiva. O estudo completo foi publicado na revista científica Plos One.

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A ideia de pesquisar o tema veio de Viren Swami, professor e psicólogo social. O cientista ouviu diversas vezes de colegas que estava com fome e deveria fazer algo a respeito. Pensando nisso, resolver checar se outras pessoas também sofriam da irritabilidade causada pelo estômago oco. 

Participaram do estudo 64 adultos com idade média de 30 anos. A maior parte deles vivia na Áustria, Alemanha e Suíça. Os voluntários precisaram responder durante três semanas questionários sobre o nível de sua fome e seus sentimentos. Isso deveria ser feito em cinco momentos diferentes do dia. 

As respostas eram dadas em escala. Por exemplo: “sendo 0 igual a sem fome e 100 igual a muita fome, quão faminto você está no momento?”. Os participantes também respondiam sobre seu nível de irritabilidade, raiva, animação, estado emocional, tempo que se passou desde a última refeição, entre outros fatores. 

Para não culpar a fome injustamente, os cientistas também avaliavam situações pelas quais os voluntários passaram durante o dia e poderiam ter desencadeado o estresse. Ao final, concluíram que a fome estava associada a sentimentos mais fortes de raiva e irritabilidade e níveis mais baixos de prazer.

Ainda não está claro o motivo fisiológico que desencadeia a emoção. Estudos anteriores sugerem que o baixo nível de açúcar no sangue é capaz de aumentar a impulsividade, a raiva e a agressividade. No entanto, não é possível afirmar que pequenas quedas de glicose levam a tais comportamentos.

De toda forma, o estudo indica a importância de se alimentar antes de determinadas atividades. As crianças, por exemplo, devem comer antes de ir para a escola, garantindo um melhor desempenho. Para os adultos, pular o almoço antes de uma reunião importante está fora de cogitação.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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