Colapso de geleira da Antártida pode ser irreversível, descobrem cientistas
Após seis anos investigando o futuro da glaciar Thwaites, na Antártida, cientistas revelaram que o colapso da “Geleira do Juízo Final” pode ser irreversível. Veja mais abaixo.
Em um relatório publicado na última sexta-feira (20), os cientistas norte-americanos apresentaram os resultados de suas observações sobre o risco de colapso da geleira.
A “Geleira do Juízo Final” é uma enorme massa de gelo cuja extensão se compara a do estado de São Paulo. Portanto, apenas o colapso dessa geleira pode elevar o nível do mar em 65 centímetros.
E essa elevação do nível do mar pode causar o derretimento da camada de gelo na região ocidental da Antártida, consequentemente, elevando o nível do mar em 3,3 metros.
Desse modo, cidades litorâneas, inclusive no Brasil, correm o risco de estar debaixo d’água em um futuro próximo.
“Até o final deste século, ou no início do próximo, é bem provável que veremos um rápido aumento na quantidade de gelo derretendo na Antártida”, afirma Ted Scambos, glaciologista da Universidade do Colorado.
Scambos ressalta que o colapso da “Geleira do Juízo Final” é bastante provável, segundo as pesquisas conduzidas durante seis anos, com mais de 100 cientistas observando a situação da geleira da Antártida.
Reduzir emissões podem evitar colapso de geleira
A investigação, liderada pela International Thwaites Glacier Collaboration (ITGC), projeto de pesquisa dos EUA e do Reino Unido, enviou 100 cientistas à “Geleira do Juízo Final”. Os pesquisadores conduziram o estudo sobre as dinâmicas dessa geleira da Antártida e seu possível colapso.
Os cientistas descobriram que o colapso da geleira da Antártida pode ser acelerado conforme as emissões de CO2. Contudo, a “Geleira do Juízo Final” apresenta instabilidade em quase todos os cenários de emissões dos modelos climáticos.
Por isso, a pergunta não é “se”, mas, sim, “quando” vai ocorrer o colapso da geleira. Segundo os cientistas, é difícil cravar uma data exata par ao colapso da geleira, mas a principal estimativa é durante o fim do século 23.
A boa notícia é que a humanidade ainda tem tempo para realizar esforços que podem evitar o colapso da geleira, reduzindo as emissões de carbono que afetam a Antártida.