Tecnologia

Com 52 implantes no corpo, “ciborgue humana” entra para o Guinness

Mulher ciborgue é capaz de abrir portas, ligar computadores e até tocar música por meio de conexão Bluetooth
Imagem: Anastasia Synn/Reprodução

A ilusionista e ciber-ativista canadense Anastasia Synn é uma pessoa literalmente magnética. Aos 48 anos, ela se tornou a “mulher ciborgue” com mais implantes eletrônicos do mundo, segundo o Guinness Book — o livro dos recordes. No total, 52 chips estão espalhados pelo seu corpo, a maioria deles implantados pela própria Synn usando uma seringa.

Em entrevista ao site do Guinness Book, Synn afirmou que a ideia de implantar coisas no corpo partiu de um pedido da filha. “Minha filha perguntou se ela poderia fazer um implante para desbloquear o computador igual a uma garota gamer que ela viu na internet e eu disse: ‘Não, melhor eu fazer isso primeiro para ter certeza que é seguro’”, disse ela.

Cerca de metade dos implantes são microchips, que ela mesma programa para aumentar seus sentidos e habilidades, como abrir portas e ligar computadores. A maioria delas foi implantada sob a pele usando uma agulha hipodérmica; outra parte foi na base do bisturi mesmo, com ajuda de uma enfermeira e de um cirurgião.

Anastasia Synn, mulher com mais implantes eletrônicos no mundo

Anastasia Synn ganhou “poderes” especiais após implantes Imagem: Guinness Book/Reprodução

Mulher ciborgue tem até conexão Bluetooth

Dentre as 52 modificações em seu corpo estão o maior ímã já implantado em uma pessoa, assim como um ímã transmissor de sons implantado em sua orelha. Além de atrair objetos metálicos à la Magneto do X-Men, isso lhe trouxe outros “poderes” especiais. “Eu sei quando um microondas está vazando muita radiação. Minha mão começa a vibrar”, diz.

A “ciborgue humana” ainda conta com um receptor Bluetooth que permite alguns truques interessantes, como ligar para a filha mexendo o pulso e até tocar uma música. “É muito esquisito mostrar às pessoas como eu posso transformar minha mão em uma caixa de som”, conta Synn.

“Eu tive um computador na minha perna que as pessoas podiam logar e conversar em um interface de chat aberto. Só que ele superaqueceu e quebrou, então tive que removê-lo.”

Riscos dos implantes

Apesar de se divertir com a reação das pessoas ao verem o que ela pode fazer graças aos implantes, Synn tem consciência dos riscos que a prática pode causar. Por conta dos ímãs e das peças em metal, ela não pode fazer exames de ressonância magnética, por exemplo.

“Se um dia eu descobrir que tenho alguma doença que exige exames regulares de ressonância magnética, eu certamente removeria os implantes”, diz Synn.

Além disso, a degradação dos revestimentos dos implantes pode liberar substâncias tóxicas no corpo da mulher ciborgue. Por esse motivo ela não implanta bateria de lítio, que podem ser fatais em caso de vazamento. Ela também conta que os implantes podem ser dolorosos, podendo demorar meses até que o corpo se acostume com a pressão.

Mesmo assim, ela diz que pretende ampliar o recorde e implantar mais peças tecnológicas no corpo. Mas também quer um dia bater a marca de maior remoção de implantes em um único dia. “Possivelmente, só eu conseguiria fazer isso”, completa.

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Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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