Com carros elétricos, capital da Noruega reduz emissões de CO2 em 30%

Nível de dióxido de carbono na Noruega caiu após o país nórdico investir em subsídios para carros elétricos, há cerca de 10 anos
Com carros elétricos, capital da Noruega reduz emissões de CO2 em 30%
Imagem: EV35S/Instagram/Reprodução

Com mais carros elétricos do que qualquer outro país, a capital da Noruega, Oslo, reduziu as emissões de dióxido de carbono (CO2) — o gás poluente que sai da queima de combustíveis fósseis — em 30%, desde 2009. 

Além disso, os níveis de óxidos de nitrogênio despencaram. Esses são subprodutos da queima de gasolina e diesel que causam poluição, asma e outras doenças respiratórias. Também há redução na poluição sonora: a cidade está mais silenciosa sem a maioria dos motores movidos a diesel e gasolina. 

Os carros elétricos também já são maioria em todo o território norueguês. Em setembro do ano passado, 25% de toda a frota do país já era elétrica.

A adesão tem a ver com a isenção de impostos do governo norueguês nesses veículos. Isso fez com que os elétricos se tornassem mais acessíveis à população. No ano passado, por exemplo, 80% de todas as vendas de automóveis foram de carros elétricos. 

A medida integra um projeto ambicioso de Oslo. O governo quer encerrar as vendas de carros com motor de combustão já em 2025, para chegar em 2030 com as emissões de CO2 quase zeradas. Até o final de 2023, todos os ônibus urbanos de Oslo serão elétricos. 

A capital também vai dar prioridade às construtoras que usarem equipamentos elétricos ou biocombustíveis em seus projetos nas licitações públicas. O objetivo é estimular o setor, que é fonte de mais de um quarto das emissões poluentes no país, na transição. 

Benefícios 

A Noruega se transformou em um verdadeiro laboratório para que outros países descubram as consequências da adoção massiva de carros elétricos em suas cidades. Por enquanto, os efeitos no país escandinavo de 5 milhões de habitantes incluem filas na hora do abastecimento e algumas reclamações com equipamentos que não funcionam. 

Por outro lado, não há desemprego em massa de trabalhadores de postos de gasolina ou mecânicos, e a rede elétrica não entrou em colapso – duas previsões pessimistas de pessoas contrárias à adoção desses veículos, como mostrou reportagem do NY Times

Além de ser um país bem menos populoso que o Brasil e ostentar o mais alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, a Noruega não se aproximou dos carros elétricos somente agora.

Ainda na década de 1990, o país isentou os impostos da Think, uma startup de veículos elétricos da Ford, tanto no valor agregado quanto na importação e pedágios das rodovias. Ainda naquela época, o governo subsidiou a construção de estações de carregamento rápido. 

Isso fez com que as políticas do país saíssem pelo menos 10 anos na frente dos EUA. Porém, só agora Washington estipulou a meta de que 50% de todas as vendas de veículos zero sejam de carros elétricos até 2030. A Noruega bateu essa marca em 2019.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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