Poluição do ar pode aumentar o risco de demência, sugere estudo

Pessoas de 40 a 50 anos expostas a níveis mais altos de poluição apresentam pior funcionamento cognitivo dos 56 aos 68 anos, diz estudo
Poluição do ar pode aumentar o risco de demência, sugere estudo
Imagem: Clark Guenfu/Flickr/Reprodução

Pesquisadores da Universidade da Califórnia encontraram evidências que reforçam a associação da poluição do ar ao aumento do risco de demência em humanos. Os indícios estão em um estudo publicado na última terça-feira (2).

A pesquisa descobriu que os participantes de 40 a 50 anos expostos a níveis mais altos de partículas inaláveis de poluição (PM2.5) e dióxido de nitrogênio (NO2), formados na queima de combustíveis fósseis, apresentam funcionamento cognitivo pior entre dos 56 aos 68 anos. 

Além disso, quanto maior o nível de exposição ao PM2.5, pior o resultado na função executiva cerebral, o que inclui estabelecer objetivos e gerenciar tarefas. 

Já os voluntários com mais contato com NO2 mostraram resultados piores nos testes de memória episódica. O marcador é responsável por estabelecer marcos temporais de acordo com novas experiências de vida. 

Mas, de modo geral, todos os participantes com níveis mais altos de exposição à poluição do ar apresentaram algum tipo de declínio cognitivo. As áreas analisadas incluem a fluência verbal (capacidade de comunicação) e velocidade e processamento cerebral. 

Urgência em decifrar a demência 

Outro marcador avaliado foi o genótipo APOE, responsável por fornecer instruções para produzir uma proteína crucial para o transporte de colesterol e outras gorduras na corrente sanguínea. Uma versão desse gene (APOE-4) já foi identificado como forte fator de risco para o Alzheimer

“Nossas descobertas ressaltam a importância de identificar fatores de risco modificáveis ​​o mais cedo possível”, disse a primeira autora do estudo, Carol E. Franz, em comunicado

Mas não é só isso: a pesquisa também mostra que os processos pelos quais a poluição do ar afeta o risco de demência e declínio cognitivo na velhice começam mais cedo do que estudos anteriores sugerem.

A investigação analisou as avaliações cognitivas dos últimos 12 anos de 1.100 homens que participam do Vetsa (Vietnam Era Twin Study of Aging). A pesquisa de larga escala sobre o envelhecimento cognitivo reúne gêmeos que serviram nas forças armadas dos EUA durante o conflito do Vietnã (1965 a 1975).

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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