Como Elon Musk vai ajudar a NASA a estender missão do Hubble

Hubble está em operação há mais de três decadas no espaço. Potencial missão pode prolongar a vida útil do telescópio espacial por vários anos
Como Elon Musk vai ajudar a NASA a estender missão do Hubble
Imagem: NASA/Divulgação

A NASA acaba de fechar um acordo com a SpaceX para estudar a viabilidade de alterar a órbita do Telescópio Espacial Hubble. A ideia é usar uma nave da empresa de Elon Musk para impulsionar o telescópio para uma altitude mais alta.

Desde 1990, o Hubble circula a Terra a uma altitude média de 540 km da superfície do planeta – com essa órbita decaindo lentamente ao longo do tempo. Ao elevá-lo para uma órbita mais alta – e mais estável –, a agência afirma que seria possível prolongar a operação do Hubble por vários anos.

A NASA ressalta que esse acordo com a empresa não prevê uma missão de manutenção ao telescópio, e nem que a alteração de órbita ocorrerá de fato. O objetivo do estudo preliminar é apenas analisar como uma nave Crew Dragon poderia se aproximar, ancorar e mover o telescópio com segurança para uma órbita mais alta.

Por outro lado, a agência afirma que o estudo ajudará a entender as possibilidades comerciais de uma missão do tipo. “Este estudo é um exemplo empolgante das abordagens inovadoras que a NASA está explorando por meio de parcerias público-privadas”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA.

O estudo levará seis meses para ser concluído e não envolve pagamentos do governo americano para a SpaceX. Contudo, a empresa de Musk vê o projeto como uma oportunidade para fazer novos negócios no espaço.

“Missões como a manutenção do Hubble nos ajudariam a expandir as capacidades espaciais para, em última análise, ajudar todos nós a alcançar nossos objetivos de nos tornarmos uma civilização multiplanetária e espacial”, disse Jessica Jensen, vice-presidente de operações e integração de clientes da SpaceX.

Missão pode dar sobrevida ao Hubble

Segundo o New York Times, a ideia de mover o Hubble partiu da própria Spacex e faz parte do Polaris – um projeto firmado entre os bilionários Elon Musk e Jared Isaacman, e que prevê fazer uma série de voos orbitais para demonstrar novas tecnologias. Isaacman ficou conhecido ao viajar no ano passado em uma missão privada da SpaceX, conhecida como Inspiration4.

A última vez que o Hubble recebeu uma missão de manutenção foi em 2009 – quando ainda voavam os ônibus espaciais – o que permitiu elevar o telescópio para uma altitude de 563 km. Nos últimos 13 anos, o telescópio “caiu” cerca de 32 km – o que, no longo prazo, poderia fazer ele atingir camadas mais densas da atmosfera e acabar caindo na Terra.

Até o momento, o Hubble realizou mais de 1,5 milhão de observações astronômicas, o que gerou mais de 19 mil artigos científicos revisados por pares. Por enquanto, a expectativa é que o telescópio espacial continue em operação até pelo menos 30 de junho de 2026.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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