Como o sistema de rastreamento LiDAR achou civilização de 2 mil anos na Guatemala
Foi descoberta, no norte da Guatemala, na América Central, uma civilização maia com 964 assentamentos interconectados, cobrindo aproximadamente 1.685 km² e ligados por 177 km de estradas. A civilização data do período pré-clássico maia, por volta de 1000 a.C. até 150 d.C. O estudo foi publicado no Ancient Mesoamerica.
Os pesquisadores encontraram os assentamentos sobrevoando a Bacia Karst Mirador-Calakmul (MCKB) com o LiDAR, um sistema de detecção que reflete sinais de laser, revelando estruturas ocultas.
Ao todo, eles encontraram 775 locais dentro do MCKB, com outros 189 na cordilheira cárstica circundante. Estes foram agrupados em 417 cidades e vilas, aparentemente pertencentes a uma civilização unificada. Além disso, a complexidade das estruturas também sugerem que o local era bastante povoado, com construtores qualificados.
Uma das descobertas que mais surpreendeu os autores da pesquisa foi a rede de calçadas, “uma das maiores conquistas” dos antigos maias, além de estradas e viadutos internos. Ao que tudo indica, as ligações de transporte teriam facilitado visitas entre assentamentos, bem como trabalhos coletivos.
“A consistência de formas e padrões arquitetônicos, cerâmica, arte escultórica, padrões arquitetônicos e construções unificadas de calçadas dentro de um território geográfico específico sugere uma solidariedade orgânica política, social e econômica centralizada entre os ocupantes”, apontam os autores.
Em outros locais, foram vistas grandes plataformas e pirâmides, possíveis centros políticos. Os pesquisadores também encontraram 195 reservatórios artificiais, além de uma rede de canais para transporte de água. Isso porque o MCKB não possui rios ou lagos durante todo o ano, exigindo projetos de captação de água.