Controvérsia com o Facebook faz Cambridge Analytica declarar falência
Os empregados da Cambridge Analytica ficaram sabendo, nesta quarta-feira (2), que o SCL Group, grupo responsável pela companhia, estava fechando as portas. No caso, os funcionários tiveram de entregar todos os seus cartões de acesso para a corporação.
Primeiro, saiu a notícia de que o anúncio envolvido compreendia os escritórios da companhia nos Estados Unidos. Com o passar das horas, a própria empresa anunciou insolvência no Reino Unido, enquanto nos Estados Unidos foi iniciado um processo de falência.
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A notícia foi anunciada durante uma conferência liderada por Julian Wheatland, o atual presidente do SCL Group, que teria sido escolhido para assumir o cargo de próximo CEO da Cambridge Analytica. Tanto o SCL Group como a Cambridge Analytica vão fechar as portas.
Durante a ligação, Wheatland disse que o conselho de diretores determinou que uma alteração da marca no atual ambiente seria “fútil”.
A Cambridge Analytica e a SCL têm escritórios em Londres (Reino Unido), Nova York (EUA), Arlington (EUA), Virginia (EUA) e Washington DC (EUA). A conferência tinha sido agendada para a manhã de terça-feira, mas foi repetidamente adiada e apenas concretizada na tarde desta quarta-feira.
Capturas de tela do serviço de chat interno da companhia obtidas pelo Gizmodo mostram um humor cômico antes do início da conferência. Um funcionário compartilhou uma playlist do Spotify no Slack com músicas como “High and Dry”, do Radiohead; “The End”, do The Doors; e “Help!”, dos Beatles. Outro funcionário postou uma imagem do filme “Titanic” em que os músicos do navio tocam os instrumentos enquanto a embarcação afunda.
Ao explicar a decisão de fechar os escritórios, Wheatland citou as investigações envolvendo o escândalo de obtenção de dados da Cambridge Analytica, o dano à reputação da empresa e a perda de clientes. Em março, a comissária da informação do Reino Unido anunciou que ia emitir um mandado de busca para investigar má conduta da empresa de análise de dados, com a ideia de vasculhar tanto escritórios como servidores. As autoridades do Reino Unido entraram no local no último mês, mas ainda não divulgaram o que descobriram.
Enquanto isso, o ex-CEO Alexander Nix se recusou a testemunhar no comitê de mídia do Parlamento Britânico sobre o mau uso de informações obtidas de usuários do Facebook.
“Apesar da confiança inabalada de que nosso funcionários agiram de forma ética e dentro das leis, visão que é endossada por uma auditoria externa, o cerco da cobertura da mídia fez com que virtualmente todos nossos consumidores e fornecedores nos deixassem”, informa um comunicado à imprensa. “Como resultado, foi determinado que não é mais viável operar esse negócio, o que deixou a Cambridge Analytica sem uma alternativa realística para colocar a empresa na administração.”
Imagem do topo por Getty Images