Crise de componentes atrasa entrega de 45 mil veículos da Ford

A Ford anunciou que espera concluir a fabricação e vender os veículos até dezembro; crise inclui falta de peças e microchips
Crise de componentes atrasa entrega de 45 mil carros da Ford
Imagem: Mike Mozart/Flickr/Reprodução

A Ford anunciou na segunda-feira (26) que vai manter até 45 mil veículos em estoque. O motivo: faltam peças essenciais para concluir a fabricação – principalmente chips semicondutores.

Segundo a empresa, a maioria são caminhões e SUVs. “A escassez de suprimentos resultará em um número maior do que o planejado de veículos sobre rodas construídos, mas que permanecem no estoque da Ford aguardando peças necessárias”, diz o comunicado.

A companhia diz que espera concluir os veículos e vendê-los para revendedores entre outubro e dezembro. Até lá, o preço dos automóveis deve saltar. Segundo a Ford, os custos de fornecedores estão quase US$ 1 bilhão acima do projetado, em especial por causa da inflação. 

A espera por peças essenciais está abarrotando fábricas de carros nos EUA. O site norte-americano The Drive teve acesso a imagens que mostram os veículos inacabados estacionados no autódromo Kentucky Speedway, localizado na cidade de Sparta, nos EUA. 

Primeira montadora de veículos do Brasil, a Ford fechou as três fábricas no país em janeiro de 2021. Desde então, a empresa tornou-se importadora – o que fez com que as vendas despencassem por aqui. 

Por que faltam componentes 

Fabricantes como a Ford estão lidando com a escassez de microchips desde 2020, quando a pandemia elevou a demanda. Com isso, faltaram fabricantes desses componentes essenciais a veículos e eletrônicos. 

Em agosto, os EUA assinaram uma lei para fornecer US$ 52 bilhões em subsídios à indústria de semicondutores no país. O objetivo é estimular a criação de grandes fábricas de chips e, com isso, reduzir a dependência da Ásia — em especial, a China. 

Esse dinheiro deve levar grandes fábricas de microchips para o território norte-americano, como as estrangeiras TSMC (Companhia de Manufatura de Semicondutores de Taiwan, na sigla em inglês), que representa mais da metade do mercado global, e GlobalFoundries, por exemplo. 

Outras empresas nacionais, como a Intel, Micron e quem sabe a Ford e outras montadoras, também devem se beneficiar nos próximos anos. 

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Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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