Ciência

Americano está curado do HIV após tratamento com células-tronco

Paul Edmonds convivia com a AIDS há mais de 30 anos quando se tornou elegível ao transplante de células-tronco que o curou da doença
Imagem: Facebook/ Reprodução

Cura do HIV:  era 1988 e os EUA enfrentava a epidemia de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, na sigla em inglês) quando Paul Edmonds recebeu o diagnóstico da doença. Agora, aos 67 anos, ele comemora a remissão completa do vírus em seu organismo e se diz grato à vida e ao tratamento experimental pelo qual passou.

Edmonds foi a quinta pessoa a ser submetida ao procedimento e ter sucesso. Em geral, o tratamento consiste em um transplante de células-tronco de uma pessoa que tem um gene raro de resistência ao HIV para um portador de AIDS.

Além dos riscos que o próprio tratamento oferece – pode, inclusive, causar a morte do paciente -, é raro encontrar um doador. Isso porque a mutação genética que torna alguém resistente ao vírus só acomete cerca de 1% da população mundial.

Um tratamento arriscado

Durante o tratamento, especialistas selecionam um doador das células-tronco. Então, o material é coletado e transplantado para o paciente com AIDS. Antes disso, no entanto, ele deve passar por algumas sessões de quimioterapia de intensidade reduzida, a fim de diminuir os riscos de rejeição às células.

Com o transplante, o paciente recebe a mutação genética, que leva a não expressão de uma proteína presente na superfície dos linfócitos T CD4, parte do sistema imunológico e principal alvo do HIV

Então, se tudo corre bem, o paciente para de expressar essa proteína, que é um receptor chamado CCR5. Embora tenha funcionado cinco vezes, o tratamento com células-tronco oferece risco de morte aos pacientes que passam por ele.

No caso de Edwards, o procedimento foi recomendado apenas porque o paciente lutava também contra o avanço de uma leucemia, o que tornava seu quadro grave. Ele passou pelo transplante em 2019 e foi considerado curado do HIV em 2022.

Cuidado tradicional

Novas pesquisas em busca de otimizar opções existentes e desvendar novas possibilidades de tratamento para a AIDS são desenvolvidas. Enquanto isso, os pacientes diagnosticados com a presença do vírus HIV fazem uso de uma terapia antiretroviral.

Sua primeira versão chegou à população em 1987 e, desde então, ela permite que a AIDS se torne indetectável e intransmissível. Edmonds usou esses tratamentos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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