De frango a frutos do mar: CES 2022 ganha ala dedicada a comida do futuro

Sai uma carne (de laboratório) mal passada!
Comida do futuro
Imagem: Tony Webster/Flickr/Reprodução

Vários motivos podem levar uma pessoa a parar de comer carne: crueldade animal, a questão ambiental ou até mesmo por saúde. Pensando nessa tendência, a CES 2022, maior feira de tecnologia do mundo, organizou uma ala apenas com empresas que investem na comida do futuro. Basicamente, este segmento da indústria pretende criar produtos saudáveis e sustentáveis a base de plantas e cogumelos. 

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Não confunda: não estamos falando apenas daquele hambúrguer de soja que você encontra com facilidades nos mercados. Essas empresas querem criar alimentos em laboratório que tenham o mesmo sabor e textura da carne proveniente de animais. 

Como explicou José María Elorza, diretor financeiro da Moa FoodTech, ao El País, “no final, tudo se resume à química, aos átomos que compõem qualquer alimento, e isso você pode reconstruir”. A empresa em que trabalha Elorza utiliza resíduos muitas vezes descartados como lixo para gerar novos ingredientes, que podem ser aplicados em produtos análogos a carne, bebidas vegetais e até mesmo cerveja.

Outra empresa que deu as caras na feira foi a Impossible Foods. Ela já havia se destacado em 2019, quando seus pesquisadores apresentaram na CES um hambúrguer de origem vegetal que sangrava. Agora, a empresa está desenvolvendo frango, frutos do mar, leite e ovos totalmente veganos.

A Impossible Foods tem planos de eliminar os animais da cadeia alimentar até 2035. Hoje, ela já oferece seus produtos para restaurantes como Burger King e Starbucks.

Segundo dados do Food Tech Data Navigator, foram investidos mais de 17 milhões de dólares em soluções de tecnologia alimentar só em 2020. A aplicação tem suas justificativas: fora os problemas citados no começo do texto, que dizem respeito a saúde humana e também mudanças climáticas, têm-se ainda o alto crescimento populacional. 

Como explicou Jim Ellis, da Myco Technology, “se a população crescer de cerca de 8 bilhões de pessoas hoje para 10 bilhões em 2050, vamos precisar de 70% mais alimentos, incluindo carne”. A comida do futuro deve ajudar a suprir a demanda.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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