Dia da mulher: quem é a cientista brasileira que estudará em Columbia
Mulheres ainda são minoria em cursos nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Para se ter uma ideia, elas compreendem apenas 35% das matrículas no ensino superior nessas áreas.
Mesmo aquelas mulheres que escolhem tais carreiras acabam sendo desvalorizadas. Dos 589 Prêmios Nobel oferecidos na área, apenas 17 foram para pesquisadoras. Além disso, estima-se que apenas uma mulher para cada quatro homens consiga um emprego no ramo em questão.
Desde cedo, as meninas são desencorajadas a seguir profissões do tipo. Elas não se veem representadas na mídia e faltam exemplos até nos livros escolares. Em casa, são criadas com brinquedos ditos femininos, que remetem principalmente a casa, enquanto os garotos são mais incentivados com videogames, e outros brinquedos que estimulam a criatividade e solução de problemas.
Jovens que fazem a diferença
Há quem se mobilize cedo para mudar esse cenário. É o caso de Luanna Quinalha, que lançou no jornal de sua antiga escola uma coluna semanal com foco em tecnologia, intitulada GirlSTEM. “STEM” é uma sigla em inglês para “ciências, tecnologia, engenharia e matemática”.
“Quando criei a GirlSTEM, meu objetivo era mostrar para outras meninas, especialmente mais jovens, que áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática são opções viáveis para elas. Gostaria muito de ter tido algo assim quando era menor, já que as histórias de grandes cientistas são tão frequentemente deixadas de lado nos livros”, disse, em nota divulgada à imprensa.
A iniciativa de Luanna ocorreu em 2020, quando a jovem estava no 1º ano do Ensino Médio. A jovem também fundou no Colégio Marista Anjo da Guarda, em Curitiba, um clube de programação. Agora, a garota está prestes a embarcar para Nova York, nos EUA, onde dará início a graduação em Física no Barnard College na Universidade de Columbia.
A coluna fundada por Luanna continuará sendo publicada sempre na primeira segunda-feira do mês. Agora, a responsável por trazer informações sobre a presença das meninas e mulheres no campo da STEM será Carina Dechandt, aluna do 2º ano do Esino Médio.
Luanna guardará os últimos anos com carinho. “Escrever a coluna me ajudou a conhecer muito mais sobre o trabalho de outras mulheres em STEM. A GirlSTEM foi essencial para manter minha motivação e minha sensação de comunidade com outras meninas e mulheres em áreas predominantemente masculinas. Pretendo continuar com iniciativas similares na universidade”, relatou a jovem.
Projeto de lei voltado para mulheres na ciência
Um projeto anunciado neste dia da mulher pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deve ajudar a fortalecer a presença do gênero na STEM.
Como noticiado pela Folha de S. Paulo, a autoridade assinou um decreto que prevê a Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas e Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação.
Segundo o Palácio do Planalto, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) abrirá uma chamada pública voltada para mulheres nas áreas de ciências exatas, engenharia e computação, no valor de R$ 100 milhões.