Ciência

Diamante feito de humanos: conheça a técnica crematória de Jô Soares

De acordo com a marca suíça LONITÉ, que também presta serviço no Brasil, o valor mínimo de um diamante feito de cinzas humanas é de US$ 1.400

Na última terça-feira (30), Flávia Soares, ex-mulher do Jô Soares, revelou que transformou as cinzas do apresentador e comediante — que morreu aos 84 anos, em 2022 — em diamante. Em entrevista ao “Conversa com Bial”, ela contou que a ideia partiu de uma amiga.

“Distribuí [as cinzas do Jô] em alguns lugares especiais para nós e uma amiga, que nos apresentou, falou que o pai dela tinha morrido, e ela mora na Holanda. Lá, eles transformam as cinzas em diamante. E eu fiz isso. Está em um cofre, guardado. Eu não sei o que fazer ainda, mas quero fazer um patuá [um amuleto]”, disse.

Como se transformam cinzas em diamantes?

De acordo com a marca suíça LONITÉ, que também atua no Brasil, é possível transformar cinzas e cabelos de pessoas ou animais em diamantes memoriais.

Assim, esses diamantes são pedras genuínas feitas a partir do carbono e nitrogênio dos restos humanos cremados. As pedras são cristais de carbono puro — elemento este que representa 18% do corpo humano, enquanto o nitrogênio apenas 3%.

Para seres humanos, é necessário utilizar no mínimo 200 gramas de cinzas ou 10 gramas de cabelos. Em média, o processo de transformação das cinzas em diamante leva cerca de 6 meses.

Os valores dos diamantes de cinzas humanas variam entre US$ 1.400 (para 0,25 quilate) e US$ 40.500 (para 3 quilates) — entre R$ 7,9 mil e 229,5 mil, na cotação atual.

Diamantes criados pela empresa LONITÉ.

Diamantes de cinzas humanas criados pela empresa LONITÉ. Imagem: Reprodução

De acordo com a empresa, transformar restos humanos em diamantes requer seis passos:

  • exame de materiais e análise do carbono;
  • remoção de substâncias químicas instáveis em escala nanométrica;
  • purificação a 2000°C em ambiente a vácuo;
  • refinamentos do carbono com pureza de 4N (99,99%);
  • cristalização do material em alta temperatura e pressão (3000 K e 60000 Barras); e
  • polimento dos diamantes e emissão de certificado de autenticidade.

Em resumo, após ser extraído e purificado, a empresa passa o carbono das cinzas em máquinas de produção de diamantes. Como os diamantes naturais se formam em um ambiente extremo de alta pressão e alta temperatura na base da crosta terrestre, na etapa de cristalização, o laboratório da marca recria um ambiente semelhante a fim de transformar o carbono presente nas cinzas ou cabelos humanos. A empresa demonstra todo o processo no vídeo abaixo:

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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