Dirigir bêbado? EUA terão tecnologias que travam carro ao identificar embriaguez

Quando prontos, sistemas devem detectar álcool através do hálito e pele; objetivo é trancar carro do motorista que tenta dirigir bêbado
Dirigir bêbado? EUA terão tecnologias que travam carro ao identificar embriaguez

Montadoras e autoridades dos EUA analisam duas tecnologias inéditas para evitar casos de embriaguez ao volante. Os sistemas devem concluir se destravarão, ou não, os carros com base na respiração e toque dos motoristas. 

Um dos mecanismos detecta o álcool no hálito, enquanto o outro mede através da pele do condutor com sensores na ignição do automóvel. Segundo informações do site Axios, uma versão inicial do sensor de respiração já está em fase de testes no estado de Virginia. 

Se funcionarem, esses sistemas têm espaço no mercado. A Lei de Empregos e Investimentos em Infraestrutura dos EUA determinou, no ano passado, que o governo federal deveria implementar formas para prevenir a embriaguez ao volante até 2024. 

Como o sistema baseado na respiração está mais adiantado, tudo indica que seja ele o primeiro a funcionar nos próximos anos. Essa tecnologia é diferente dos bafômetros que já conhecemos, que exigem que os motoristas assoprem com força para a detecção do álcool. 

A nova ferramenta determina automaticamente a concentração de álcool a partir de um sensor na porta ou na coluna de direção que captura a respiração dos motoristas. 

Com ajuda de um feixe de luz infravermelha, o sistema detecta a proporção de álcool em relação ao dióxido de carbono do veículo. Se estiver acima do limite legal, o carro não ligará. 

O sistema consegue distinguir o hálito de motorista e passageiros. Além disso, pais e responsáveis podem programá-lo para tolerância zero nos carros com filhos menores de 21 anos, a idade legal para consumir álcool nos EUA. 

Sensível ao toque 

O sistema com sensor de toque é um pouco diferente. Ele lê o nível de álcool no sangue dos motoristas a partir da superfície da pele. Para a leitura, basta que o motorista toque no botão de ignição ou no câmbio de marchas. 

Ali, o sensor lança um feixe de luz no dedo do condutor e usa a espectroscopia de tecido no infravermelho para fazer as medições. A previsão é que o recurso fique pronto até 2025.

Agora, os engenheiros estão tentando fazer com que o sensor de toque funcione mesmo que os motoristas usem luvas. No sensor de respiração, o desafio é eliminar a “interferência” de substâncias benignas, como desinfetante para mãos e outros líquidos, como perfumes e adoçantes de refrigerantes e energéticos, por exemplo.

A empresa sueca Senseair já licenciou a primeira iteração da tecnologia de sensor de respiração nos EUA. A ideia é entrar no mercado já em 2023. O único empecilho, agora, é ver qual será a aceitação dos motoristas. 

“A última bandeira vermelha é a aceitação do consumidor e poder explicar às pessoas o que o sistema faz, como eles se beneficiam dele e por que não devem temê-lo”, disse Robert Strassburger, presidente da Coalizão Automotiva pelo Tráfego Seguro. Será que rola no Brasil? 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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