DNA derruba teoria que tentava desvendar mistério na Ilha de Páscoa
Análises de DNA derrubaram a teoria que tentava desvendar o mistério do desaparecimento dos habitantes da ilha de Rapa Nui, popularmente conhecida também como Ilha de Páscoa, território chileno situado no Oceano Pacífico.
A teoria de que os nativos da Ilha de Páscoa devastaram o ecossistema do local e causaram o fim da população antes da chegada dos europeus, no século 18, foi popularizada pelo livro “Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso”, de Jared Diamond.
No entanto, muitos acadêmicos criticavam a teoria de Diamond. Especialistas questionaram as justificativas do autor sobre o colapso da civilização da ilha do Pacífico Sul, que fica a mais de 3 mil km do Chile.
Agora, em um estudo publicado na última quarta-feira (11) na Nature, pesquisadores realizaram análises genéticas no DNA de antigos habitantes da Ilha de Páscoa, refutando a teoria.
Aliás, assim como a ilha, os seus habitantes são chamados de Rapa Nui. E o estudo aponta que a troca genética indica que a civilização da Ilha de Páscoa estava em crescimento.
Análises de 15 amostras de DNA solucionaram mistério
José Víctor Moreno-Mayar, da Universidade de Copenhague, e outros cientistas analisaram o genoma de 15 rapanui. Essas amostras estavam no Museu Nacional de História Natural de Paris, coletados em expedições em 1877 e 1935.
Os pesquisadores coletaram o DNA dos dentes e dos ossos auriculares dos 15 indivíduos. E, comparando com traços de outras populações, confirmaram ser nativos da Ilha de Páscoa.
Usando datação por radiocarbono, o estudo constatou que os 15 indivíduos viveram entre 1670 e 1950. Além disso, a análise de DNA não identificou nenhum sinal genético do suposto colapso da civilização da Ilha de Páscoa.
Colonização europeia dizimou ilha de Páscoa
Assim, o estudo revela que, quando os europeus chegaram ao local, a população da Ilha de Páscoa estava em crescimento, refutando a teoria anterior.
Além disso, o estudo revela que há traços no DNA de nativos americanos no genoma dos antigos Rapa Nui. Essa análise sugere que houve uma mistura genética entre essas populações durante o século 12.
“Nossa interpretação é que os ancestrais dos rapanui popularam a ilha e logo em seguida fizeram uma jornada de volta às Américas”, afirma Moreno-Mayer.