Documentos vazados mostram que o TikTok tentou reduzir alcance de usuários feios

De acordo com documento obtido pelo Intercept, o TikTok tinha um manual de moderação que tinha regras para reduzir alcance de vídeos de gente feia.
Logotipo da rede social TikTok
Getty Images

A plataforma social de vídeos TikTok, já envolvida em uma disputa política sobre os riscos potenciais à segurança dos EUA relacionados ao seu proprietário chinês, ByteDance, agora está assumindo uma forma mais familiar de crítica: preocupações com suas políticas de moderação de conteúdo totalmente sombrias.

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Segundo uma reportagem do Intercept, estas políticas incluíam disposições para limitar a exposição de usuários indesejáveis — ou proibição total —, incluindo aqueles considerados fisicamente pouco atraentes ou com pouca grana.

O documento de moderação vazado pelo Intercept inclui atributos como “formato corporal anormal”, “gordinho”, “obeso” ou “muito magro”, falta de dentes, presença de “cicatrizes faciais”, além de pessoas mais velhas “com muitas rugas” ou problemas congênitos como nanismo ou gigantismo, podem limitar a exposição desse conteúdo na seção “For You” (Para você) do aplicativo, um mecanismo de sugestões gerado por algoritmos que pode levar um grande número de espectadores a um vídeo. A presença dessas características físicas, como mostra o documento que parece que foi traduzido pelo próprio TikTok, faz com que esses vídeos “não valham a pena ser recomendados para novos usuários”.

O mesmo documento também orienta os moderadores a desvalorizarem os vídeos gravados em ambientes “feios ou em ruínas”, como “favelas” ou “campos rurais”, e em casos não óbvios, moradias “bagunçadas” com rachaduras nas paredes ou que contêm “decorações velhas e de má reputação”.

Estes vazamentos são similares a outros divulgados no mês passado, que alegavam que a plataforma havia praticado discriminação não apenas contra os “feios” e com sobrepeso, mas também contra usuários com deficiência.

O TikTok está usando certo fanatismo para estimular o crescimento de usuário, tentando manipular o conteúdo de modo que seja o mais aspiracional possível (pelo menos no que seus desenvolvedores acreditam que seja o ideal).

Um representante do TikTok disse ao Intercept que essas políticas “não estão mais em uso” ou nunca foram implementadas, e que o objetivo de limitar a exposição de usuários indesejáveis física e economicamente era “uma tentativa abrupta de impedir o bullying”.

A política de moderação do TikTok se estende também à agenda política do partido no poder de seu país de origem. Desprioritização ou banimento semelhante contenciosos como os protestos da Praça da Paz Celestial de 1989. Um segundo documento publicado pelo Intercept observa que o comportamento proibido no recurso de transmissão ao vivo da plataforma inclui filmar atividades policiais, “incitar a subversão do poder do Estado” e “destruição da unidade nacional”.

Obviamente, nada disso está listado em nenhum lugar no documento de diretrizes do usuário voltado ao público da empresa.

Você pode ler a reportagem completa no Intercept Brasil.

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