Em estudo, macacos reproduzem batidas de Backstreet Boys e Barry White
Ouvir a batida de uma música pode ser tão contagiante que muitas pessoas reproduzem o ritmo batucando na mesa, batendo os pés no chão ou cantarolando — muitas vezes, até sem perceber. Agora, pesquisadores afirmam em estudo que macacos também têm essa capacidade.
Em um estudo realizado na Universidade Nacional Autônoma do México e publicado como preprint no repositório bioRxiv, cientistas afirmam que os macacos podem aprender a acompanhar uma melodia.
Se a revisão de pares confirmar os resultados da pesquisa, o estudo irá corroborar com a ideia de que mais animais conhecem a noção de ritmo. Até agora, acreditava-se que a habilidade se limitava a espécies com vocalizações complexas, como humanos e alguns pássaros canoros.
Estudo usou Backstreet Boys e Barry White
Os pesquisadores selecionaram macacos que já tinham contato com ritmo e treinaram os animais para que conseguissem acompanhar um metrônomo. Esta é uma ferramenta que produz um clique a cada intervalo de tempo – geralmente, ele marca batidas por minuto.
Então, a equipe treinou esses macacos para acompanhar sequências de tons semelhantes a um metrônomo. Contudo, dessa vez eles tiveram de seguir diferentes tempos, frequências e volumes da música.
Depois que conseguiram completar essa etapa, os pesquisadores apresentaram a eles trechos de músicas. Por exemplo, eles tocaram “Everybody”, dos Backstreet Boys e “You’re the First, the Last, My Everything”, de Barry White. E também “A New England”, do britânico Billy Bragg.
Por fim, os pesquisadores notaram que era possível que os macacos aprendessem o ritmo das músicas e acompanhassem as batidas. No entanto, esse processo não é natural para eles como é para os humanos.
Dessa forma, eles não necessariamente batem nos mesmos momentos que os humanos em uma determinada música. Além disso, enquanto uma pessoa tende a bater consistentemente em um ritmo, um macaco muitas vezes bate em interpretações diferentes do ritmo para a mesma música.
“No entanto, o fato de que essa habilidade pode ser adquirida por meio de treinamento tem implicações para nossa compreensão das origens evolutivas da musicalidade humana e para nosso conhecimento das estruturas cerebrais e conexões necessárias para poder acompanhar, dançar ou cantar, com música”, explicou Vani Rajendran, autora do estudo, ao NewScientist.