Macacos usam rodopios para ficar “bêbados” e fugir da realidade, diz estudo

Pesquisa identificou que rodopios de macacos se assemelham aos de dançarinos profissionais e artistas de circo - e servem para deixar os primatas doidões
Macacos usam rodopios para ficar "bêbados" e fugir da realidade, diz estudo
Imagem: Anthony Yin/Unsplash/Reprodução

Os humanos não são os únicos que acham divertido alterar o estado mental — usando álcool ou outros entorpecentes: um estudo mostrou que os macacos giram pendurados em árvores simular um efeito como se estivessem “bêbados”.

A conclusão está em um estudo da Universidade de Warwick, da Inglaterra, publicado na terça-feira (14). 

Os pesquisadores analisaram 40 vídeos do YouTube com gorilas, chimpanzés e orangotangos que giravam sozinhos em cordas e trepadeiras. 

Os rodopios chegavam a 1,5 rotações por segundo em turnos de cinco giros por vez. Segundo o estudo, os movimentos estão no mesmo nível de dançarinos profissionais e artistas de circo. 

Quanto mais eles giravam, maior era a probabilidade de soltarem a corda. Quando isso acontecia, os macacos ficavam visivelmente tontos, como se estivessem “bêbados”. Alguns sentavam ou deitavam, enquanto outros se moviam antes de tombar no chão. 

Os motivos para esses animais se comportarem assim não estão claros, mas uma hipótese é que eles estivessem à procura da vertigem como uma forma de “entretenimento”. Isso porque, nos vídeos, os animais rodopiavam propositalmente, como se estivessem dançando. 

“[A dança] é um mecanismo conhecido entre os humanos por facilitar a regulação do humor, vínculo social e aumentar os sentidos. O paralelo entre o que os macacos estavam fazendo e o que os humanos fazem foi além da coincidência”, diz o estudo. 

Segundo os pesquisadores, essa pode ser uma forma de entender se os ancestrais dos humanos também buscavam experiências para alterar a mente. “Se todos os grandes símios procuram vertigem, é muito provável que nossos ancestrais também fizessem isso”, disse em comunicado Adriano Lameira, coautor do estudo. 

“Essa característica humana de buscar estados alterados é tão universal, histórica e culturalmente, que levanta a intrigante possibilidade de que isso seja algo potencialmente herdado de nossos ancestrais evolutivos”.

Mas aqui vai uma dica: não faça isso em casa. Os pesquisadores tentaram rodopiar na mesma intensidade que os macacos para ver qual era a sensação – e ela não foi nada boa. Os cientistas relatam que sentiram “tontura severa” e não aguentaram mais que três rodadas parecidas com a dos animais. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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