Engenheiro coloca gerador nuclear em console de videogame
Ian Charnas é engenheiro e tem um canal no YouTube no qual reproduz experimentos que parecem que saíram de um desenho animado, como a capa de invisibilidade de Harry Potter e um jetpack para ser usado com patins. Seu vídeo mais recente mostra a criação um console movido a gerador nuclear que, antes que me perguntem: sim, é totalmente seguro.
O decaimento radioativo, em que um átomo perde energia ao emitir elétrons, é tecnicamente conhecido como energia nuclear, se você encontrar uma maneira de aproveitar o processo para gerar eletricidade. É exatamente isso que Charnas fez com esse hack. Em vez de urânio, ele tira proveito de um isótopo de hidrogênio conhecido como trítio. Quem gosta de relógios está familiarizado com tal, pois o trítio é usado para iluminar o mostrador do relógio sem a necessidade de LEDs ou mesmo de baterias.
O trítio é selado dentro de um tubo de vidro que é revestido internamente com um material de fósforo, que brilha quando os eletrônicos emitidos pelo material o atingem, semelhante a como funcionavam as velhas TVs CRT. Os tubos de trítio podem brilhar por até 25 anos, que é como Charnas foi capaz de aproveitá-los como fonte de energia.
Se algo parece brilhar, significa que está emitindo luz. Se algo emite luz, uma célula solar pode aproveitar a iluminação para gerar eletricidade. O engenheiro criou uma espécie de bateria nuclear colocando um monte de tubos de trítio entre duas células solares e selando tudo de forma que toda a luz emitida pelos tubos não tivesse como escapar e ficasse apenas exposta às células. O resultado foi 1,5 microwatts de eletricidade. Para a bateria nuclear alimentar algo como um secador de cabelo, precisaria construir 1,2 bilhão desses tubos.
O console usado para o experimento foi o Brick Game, a versão pirata de um Game Boy que tinha diversos jogos, como Tetris. Charnas optou por uma versão moderna e barata que requer consideravelmente menos energia para jogar Tetris em uma tela LCD segmentada. A bateria nuclear ainda não era forte o suficiente para alimentar o portátil em tempo real. Mas usando-a para carregar lentamente uma bateria de estado sólido de película fina (que exibe muito pouco vazamento de energia), Charnas descobriu que poderia jogar Tetris por 55 minutos, antes que as baterias precisassem ser recarregadas.
Infelizmente, esse tempo de reprodução exigiu dois meses inteiros de carga, o que torna a bateria nuclear uma solução menos do que ideal em comparação com a conveniência moderna das tomadas elétricas.
Ao final do experimento, Ian anunciou que está rifando o console e todo o dinheiro será destinado para a Chernobyl Childrens International, organização sem fins lucrativos que ajuda crianças e famílias afetadas pelo acidente de Chernobyl de 1986.