A NASA anunciou recentemente que pretende encerrar as operações à bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) no início de 2031. Após a desocupação, a estrutura será colocada em uma trajetória que a fará cair na direção do Oceano Pacífico.
Apesar do final dramático, este não será o fim das estações espaciais. Na verdade, com a experiência adquirida com o atual laboratório orbital, agências espaciais e empresas privadas estão se movimentando para lançar novas estruturas espaciais antes que a ISS seja oficialmente aposentada.
Confira abaixo alguns exemplos de projetos em andamento ou que prometem decolar até o final desta década.
Tiangong
Excluída do consórcio de países que participaram da ISS, a China está construindo sozinha a sua própria estação espacial, a Tiangong. A estrutura começou a ser montada no espaço em 2021 e deve ser concluída até o final deste ano.
Com massa de 100 toneladas, a estrutura será composta por três módulos principais, dispostos na forma de um “T”. Contudo, a estação poderá ser expandida no futuro, com o acoplamento de novos módulos.
Apesar de ser um projeto solo, os chineses já afirmaram que estão abertos para potenciais colaborações com outros países.
Gateway
Como parte do programa Artemis — de exploração lunar –, a NASA pretende construir uma nova estação espacial batizada de Gateway. Porém, em vez orbitar a Terra, a nova estrutura será colocada ao redor da Lua.
A ideia é que a estação seja utilizada para oferecer apoio logístico aos astronautas na superfície da Lua, além de servir de posto avançado para futuras missões tripuladas para Marte.
A Gateway seguirá os mesmos moldes da ISS, sendo construída e mantida por agências espaciais e empresas de vários países. Entretanto, muito antes da invasão da Ucrânia, a Rússia já se mostrava cética em participar da construção da nova estação. Em vez disso, os russos querem – em conjunto com os chineses – construir uma colônia de pesquisa internacional em solo lunar.
De acordo com a NASA, os primeiros módulos da Gateway deverão ser lançados com um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, a partir de novembro de 2024.
Orbital Reef
Para prosseguir com as pesquisas científicas e comerciais em órbita terrestre baixa – após a desativação da ISS –, a NASA pretende financiar empresas para desenvolver e construir estações espaciais comerciais.
É o caso da Orbital Reef, um projeto conjunto entre as empresas Blue Origin e Sierra Space. A estrutura será utilizada como um espécie de “parque empresarial” no espaço. A nova estação terá um sistema aberto, o que permite que qualquer cliente ou nação se conecte e amplie o tamanho dela, com o objetivo de atender novas demandas futuras.
A estação privada começará a operar na segunda metade desta década e terá apoio de um avião espacial, o Dream Chaser, que será construído pela Sierra Space.
Starlab
Outro projeto selecionado pela NASA é o da Starlab, das empresas Voyager Space – por meio da susidiária NanoRacks – e a Lockheed Martin. Aqui, a estação terá um grande habitat inflável de 340 m³, com capacidade para comportar até quatro astronautas simultaneamente.
Além do inflável, o laboratório terá um ponto de ancoragem para espaçonaves e um módulo que fornecerá propulsão e energia para o habitat.
A expectativa é que a estação espacial comercial esteja operacional em 2027.
Axiom Station
O lançamento da recente missão comercial Ax-1 – por meio de um foguete da SpaceX – representou o pontapé inicial de um projeto mais amplo que inclui a construção de um novo laboratório orbital a partir da Estação Espacial Internacional. Nos próximos anos, a ISS deverá receber módulos extras para compor uma nova ala voltada exclusivamente para fins comerciais.
No futuro, esse “puxadinho” será desconectado da ISS e funcionará como uma estação espacial independente, batizada de Axiom Station. Os primeiros módulos devem ser lançados a partir de 2024.
Voyager Station
Muito além da pesquisa científica e industrial, também há projetos de construção de estruturas orbitais para apoiar o turismo espacial. É o caso da Voyager Station, um hotel de luxo espacial prometido pela americana Orbital Assembly Corporation (OAC).
Além dos quartos com vistas para a Terra, o resort orbital contará com restaurante, sala de concertos, bar, ginásio e até cinema. Construída na forma de um grande anel giratório, ela produzirá gravidade artificial ao completar um giro e meio a cada minuto.
De acordo com a revista Astronomy, a empresa pretende colocar em órbita o anel gravitacional já no ano que vem. A promessa é que a estrutura estará pronta para receber os primeiros hóspedes em 2027.