Estudo alemão muda a história do uso da ferramenta por humanos
Um estudo publicado no Journal of Human Evolution sobre os ossos dos primeiros hominídeos revelou algo que não se imaginava. Eles provavelmente já usavam ferramentas de forma avançada antes do que se imaginava. E podem ter influenciado toda a adaptação humana.
Enquanto os chimpanzés – que se separaram dos humanos evolutivamente há cerca de 6 milhões de anos – são conhecidos por usar pedras e gravetos como ferramentas, os instrumentos de pedra mais antigos encontrados são de cerca de 3,3 milhões de anos atrás.
Embora seus fabricantes sejam um mistério, evidências de marcas de corte em ossos de mamíferos indicam que elas eram usadas para processar carne. Mas talvez práticas como essa fossem ainda mais avançadas do que pensava a ciência.
‘A ativação frequente dos músculos necessários para executar a preensão e manipulação características dos humanos nesses primeiros hominídeos dá suporte à noção de que o uso das mãos semelhante ao humano surgiu antes, e provavelmente influenciou, as adaptações evolutivas para maior destreza manual em hominídeos posteriores”, de acordo com os pesquisadores.
Os cientistas, liderados por Jana Kunze, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, examinaram os locais onde os músculos se fixavam aos ossos nas mãos dos Australopithecus afarensis. Este foram primatas que viveram entre 3,9 e 2,9 milhões de anos atrás. Além disso, eles também estudaram o A. africanus. Eles datam entre 3,3 e 2,1 milhões de anos atrás; e o A. sediba, de cerca de 1,98 milhão de anos atrás.
Usando modelos tridimensionais, a equipe comparou as características de suas fixações musculares às dos humanos modernos, neandertais, gorilas, chimpanzés e orangotangos.
Então, a pesquisa determinou que a anatomia dos A. afarensis e A. sediba pode ter possibilitado a manipulação de forma semelhante ao que fazem os humanos modernos. Isso sobretudo na anatomia do A. sediba e o A. afarensis.
Já de acordo com os resultados, o A. africanus tinha características de fixação que misturavam as de humanos e macacos. Os estudiosos determinaram as áreas de fixação nos fósseis baseando-se nas diferenças de elevação, coloração e textura da superfície óssea.