Estudo aponta duas contaminações de monkeypox no Brasil por meio de superfície

Com o caso, pesquisadores pretendem mostrar os cuidados adicionais que devem ser tomados para prevenir a doença
Estudo aponta duas contaminações de monkeypox no Brasil por meio de superfície
Imagem: National Cancer Institute/Unsplash/Reprodução

Em julho de 2022, duas enfermeiras desenvolveram sintomas da varíola dos macacos após atender um paciente infectado em sua casa. As profissionais utilizaram todo equipamento de proteção durante o atendimento, deixando apenas as luvas de lado. Essas foram usadas somente no momento da coleta de material para análise.

Cientistas da Fiocruz Pernambuco, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul e de outras instituições brasileiras e internacionais resolveram analisar o caso. Então, concluíram que a contaminação ocorreu por meio do contato com a superfície

As enfermeiras podem ter se contaminado após encostar em superfícies infectadas ou ao manusear a caixa de transporte das amostras, de início com as luvas infectadas e posteriormente sem luvas. O estudo será publicado na edição de dezembro da revista científica Emerging Infectius Diseases.

A intenção dos pesquisadores é mostrar os cuidados adicionais que devem ser tomados para prevenir a doença. Ao lidar com pacientes infectados pela monkeypox, os profissionais da saúde devem utilizar corretamente os EPIs (equipamentos de proteção individual) e higienizar frequentemente as mãos. 

Além disso, é importante que médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente contra a doença, os quais são considerados integrantes do grupo de risco, estejam vacinados. As luvas também devem ser usadas durante todo o período de visita a pacientes infectados, assim como durante o contato com pessoas com suspeita da doença ou ao interagir com o ambiente em que essas estão. 

Os pesquisadores recomendam ainda a higienização das superfícies com desinfetante efetivo contra outros patógenos, como norovírus, rotavírus e adenovírus, antes e depois da interação com casos suspeitos. Tais medidas devem evitar a propagação do vírus e a consequente sobrecarga dos serviços de saúde.

Monkeypox no Brasil

Foi confirmada na madrugada de sábado (15) a segunda morte por varíola dos macacos em São Paulo. A vítima, um homem de 37 anos que vivia na Praia Grande, havia sido diagnosticada com a doença no início de agosto. Ele foi internado em setembro após complicações e, desde então, estava no hospital.

Essa foi a segunda morte registrada em São Paulo dentro de um intervalo de uma semana e a sétima do país. Há mais de 8,6 mil casos de monkeypox confirmados no Brasil, com a transmissão ocorrendo principalmente via contato íntimo e sexual.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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