Ciência

Você tem microplásticos até no cérebro, alerta estudo

Pesquisa simulou em ratos de laboratório a ingestão média das partículas por humanos e encontraram microplásticos no cérebro
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Os microplásticos estão mesmo em todo lugar — e podem se alojar até na sua cabeça. Um estudo recente com ratos de laboratórios identificou que eles percorrem o organismo e encontram o caminho até o cérebro humano após serem ingeridos na água potável. 

A pesquisa, liderada por Eliseo Castillo, da Universidade do Novo México, foi publicada na revista Environment Health Perspectives.

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Entenda a pesquisa

Especialista em imunologia mucosa, ou seja, o papel da mucosa no sistema imunológico, Castillo fez um experimento com ratos de laboratórios para analisar o caminho dos microplásticos no organismo.

Durante quatro semanas, ele e sua equipe de cientistas deram água potável com microplásticos para os camundongos. Em geral, a concentração das partículas na água era de 4 miligramas por semana, parâmetros que, segundo o estudo, representa a média que as pessoas ingerem.

Assim, os pesquisadores descobriram que os microplásticos se movem do intestino para outros tecidos do corpo, inclusive para aqueles do cérebro. De acordo com o estudo, os ratos que estavam saudáveis antes do experimento apresentaram sinais de mudanças físicas após o período ingerindo microplásticos.

“Esses camundongos foram expostos por quatro semanas. Agora, pense em como isso se equipara aos humanos se formos expostos desde o nascimento até a velhice”, alertou Castillo.

Em outro estudo, este publicado na revista Cell Biology and Toxicology, o pesquisador já havia descoberto que microplásticos alteram células imunes chamadas macrófagos. Em geral, eles são responsáveis por proteger o corpo de partículas estranhas, levando assim à inflamação no corpo.

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Próximos passos

Agora, os pesquisadores querem analisar como os alimentos presentes na dieta de uma pessoa afetam a maneira como os microplásticos são absorvidos por seu corpo.

“Então, o que vamos fazer é dar a esses animais de laboratório uma dieta rica em gordura ou uma dieta rica em fibras, e eles serão expostos ou não a microplásticos“, explicou Castillo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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