Ciência

Estudo revela que peixe Nemo da vida real é um antissocial

Conhecido como peixe-palhaço comum, ele não gosta de dividir sua "casa" com outros representantes de sua própria espécie
Imagem: Zheng Wei Lim/ Unsplash/ Reprodução

Apesar do filme Nemo, da Disney, retratar o peixe palhaço como um animal dócil, extrovertido e que convive bem com outras espécies, cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão, descobriram que ele não é bem assim na vida real. 

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Em geral, existem mais de 30 espécies de peixe-palhaço no mundo – entre elas, o peixe-palhaço comum (Amphiprion ocellaris), que é laranja e possui três listras brancas. Eles vivem em anêmonas-do-mar, invertebrados com os quais constroem uma relação de mutualismo.

Mas, aparentemente, gostam de morar sozinhos. Experimentos revelaram que essa espécie se torna agressiva quando outros iguais a si dividem a mesma “casa”. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Journal of Experimental Biology.

Entenda a pesquisa

De acordo com pesquisas anteriores, os peixes-palhaço comuns podem abrigar outras espécies temporariamente em suas anêmonas-do-mar. Mas cientistas identificaram que eles não costumam coabitar com peixes que têm marcações verticais como as deles.

Para testar as relações sociais entre o peixe-palhaço comum e outros animais, os pesquisadores isolaram em um tanque alguns representantes que nunca tinham visto outras espécies. Dentro do compartimento, inseriram uma pequena caixa transparente.

Então, utilizando modelos pintados, testaram diferentes espécies de peixe dentro do tanque junto aos peixes-palhaço comuns. Por exemplo, os skunk, que são inteiramente laranjas e possuem apenas uma listra branca em suas costas, na horizontal.

Estudo revela que peixe Nemo da vida real é um antissocial

(Imagem: Kina Hayashi et al./ Reprodução)

Os outros modelos tinham nenhuma, uma, duas ou três listras brancas verticais. Dessa forma, puderam perceber um maior número e frequência de comportamentos agressivos em relação aos membros de sua própria espécie, como uma tentativa de expulsá-los do tanque.

Por isso, os cientistas afirmam que não apenas a presença de listras verticais, mas também a contagem dessas faixas funcionam como um mecanismo para identificar os visitantes indesejados. 

E isso indica que os peixes-palhaço comuns não gostam de compartilhar sua casa com membros de sua própria espécie.

“Esse resultado apoia a ideia de que os peixes-anêmona conseguem discriminar entre diferentes números de barras brancas e isso ajuda a distinguir sua própria espécie”, afirmou Kina Hayashi, autora do estudo.

Os cientistas não observaram diferenças significativas no comportamento em relação a outras espécies de peixes-palhaço que tinham uma ou mais listras verticais.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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