Estudo russo mostra que óleo vegetal consegue destruir concreto
Engenheiros da Universidade Russa da Amizade dos Povos (URAP), de Moscou, descobriram que o óleo vegetal consegue destruir concreto. Em 90 dias em contato com o óleo, o concreto desmorona, mostra o estudo publicado na revista Construction and Building Materials.
Isso acontece por causa dos ácidos graxos, formados a partir do contato com o óxido de cálcio, o principal componente do cimento. Como têm alto peso molecular, essas propriedades químicas causam micro-rachaduras que podem evoluir para grandes rompimentos e, a médio prazo, destruir o concreto.
A descoberta serve de alerta para o setor da construção civil, que usa o óleo vegetal em alguns processos técnicos, especialmente no derramamento em piso de concreto.
Nos testes, os engenheiros estudaram os efeitos do óleo sobre o concreto e a pedra de cimento. Os dois materiais têm proporções de componentes, como água, areia e cimento, diferentes. Além disso, os concretos têm uma pequena proporção de granito, uma rocha mais forte.
Para o experimento, os pesquisadores colocaram amostras dos materiais em bacias de óleo de milho, de oliva e palma (azeite de dendê), todos em temperatura ambiente (de 16ºC a 24ºC).
Diminuição da resistência
A cada dez dias, a equipe retirava as amostras do líquido e estudavam sua resistência à compressão. No processo, os pesquisadores perceberam que os materiais ficavam mais quebradiços no contato com o óleo.
Depois de 60 dias, a resistência caiu 61,2%. Aos 90 dias, as amostras quebravam espontaneamente. Com as evidências, foi possível criar um modelo matemático que prevê o quanto a resistência do concreto muda após 70 dias de exposição ao óleo.
“Óleos vegetais comestíveis e técnicos impregnam estruturas de concreto e concreto armado”, explicou Alexander Svintsov, co-autor do estudo e professor de engenharia da URAP, ao site Newswise.
“Nossos resultados são importantes para prever mudanças em estruturas de concreto sob a influência de óleo vegetal para garantir sua proteção integral”.