Facebook diz que não vende dados, mas documentos mostram que rede social já considerou fazer isso

Em abril, Mark Zuckerberg disse em uma audiência no Congresso: “Eu não posso ser mais claro sobre este assunto: nós não vendemos dados”. Mas isso não significa que eles não pensaram em fazer isso. Documentos judiciais tarjados incorretamente de fevereiro de 2017 mostram que o Facebook considerou cobrar as empresas para acesso aos dados dos […]
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Em abril, Mark Zuckerberg disse em uma audiência no Congresso: “Eu não posso ser mais claro sobre este assunto: nós não vendemos dados”. Mas isso não significa que eles não pensaram em fazer isso. Documentos judiciais tarjados incorretamente de fevereiro de 2017 mostram que o Facebook considerou cobrar as empresas para acesso aos dados dos usuários.

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O Wall Street Journal divulgou a notícia dos documentos tarjados incorretamente ontem. O Ars Technica observou que você poderia simplesmente copiar e colar as partes censuradas em um editor de texto. O Gizmodo replicou o processo e, de fato, as seções editadas revelam que os funcionários do Facebook propuseram que os anunciantes pagassem para manter acesso irrestrito aos dados dos usuários.

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Essencialmente, os documentos judiciais fazem referência a memorandos e emails internos do Facebook de 2012 a 2014, em que os funcionários embarcaram em uma campanha para entrar em contato com grandes empresas e ameaçar desativar o acesso a dados se não pagassem pelo menos US$ 250 mil por ano. As partes editadas descrevem um sistema de “lista branca” usado pelo Facebook para determinar quais empresas teriam acesso a dados com base em sua “reciprocidade de dados”.

O Facebook, no fim das contas, decidiu não continuar com a cobrança. Mesmo assim, tentou fazer acordos para acesso estendido à sua API Graph com alguns grandes players. Em 2013, o Facebook estava negociando um acordo de lista branca com a Amazon. Os documentos detalham um funcionário do Facebook aconselhando outro a não prometer acesso a dados à Amazon até que tenha concordado em pagar.

No mesmo ano, o Facebook teve uma negociação semelhante com o Royal Bank of Canada. Quando o banco expressou preocupação com o acesso a dados, um funcionário do Facebook perguntou internamente se o banco tinha um contrato de publicidade existente. Outras empresas que tinham acordos de lista branca incluem a Lyft, a Nissan, a Airbnb, a Netflix e a Chrysler / Fiat.

Os documentos estão minimamente ligados à investigação em curso no Reino Unido sobre o escândalo da Cambridge Analytica. Eles foram apreendidos pelo Parlamento britânico no início desta semana do fundador da Six4Tree, Ted Kramer, enquanto ele visitava Londres. A Six4Three é o criador de um aplicativo chamado Pikini, que permitia que os usuários do Facebook pesquisassem fotos de amigos usando biquínis. A desenvolvedora processou o Facebook alegando que a revogação do acesso à API de dados destruiu seus negócios.

Embora a Six4Three e o Pikini não estejam de fato relacionados às investigações da Cambridge Analytica, os documentos parecem ilustrar a atitude arrogante do Facebook quanto à privacidade dos dados durante o mesmo período de tempo. Os documentos estão atualmente sob sigilo sob a lei da Califórnia, mas Damian Collins, presidente do Comitê de Assuntos Digitais, Cultura, Mídia e Esportes do governo britânico (DCMS, na sigla em inglês), que ordenou a apreensão, tuitou que o Reino Unido pode publicar os documentos.

Tradução: “O @CommonsCMS recebeu os documentos ordenados da Six4Three relacionados com o Facebook. Eu os revisei e o Comitê discutirá como procederemos no início da próxima semana. De acordo com a legislação britânica e o privilégio parlamentar, podemos publicar os documentos se quisermos, como parte de nosso inquérito”

[Wall Street JournalArs Technica]

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