Como o Facebook investe cada vez mais no desenvolvimento de hardware
A compra recente da Oculus VR pelo Facebook foi estranha por um simples motivo: o Facebook comprou uma empresa de hardware. A rede social nunca foi conhecida pelo investimento em hardware, e ultimamente passou a investir mais e mais em diferentes apps para conquistar o seu smartphone. Mas, escondido na sede da empresa na Califórnia está uma crescente equipe que pesquisa e fabrica hardware desde 2010.
Mas vamos com calma: o que o Facebook produz no segmento de hardware são servidores. Mas, como destaca a Bloomberg, a aquisição da Oculus VR pode ajudar no salto entre fabricante de servidores e hardware de consumo.
O Facebook começou a desenvolver servidores em 2010, inicialmente com uma equipe de 7 pessoas. Na época, a empresa considerou importante encontrar uma forma mais econômica de lidar com o poder computecional de transmissão de dados entre os membros da sua crescente base de usuários, e os servidores prontos de empresas como Dell e HP já não davam mais conta do recado.
Inicialmente, o Facebook se uniu a fabricantes como a Quanta Computer para produzir esses servidores. Hoje, quatro anos depois, a equipe de 7 pessoas cresceu e conta com 170, e o Facebook já tem 14 modelos diferentes de servidor. E você pode ver como eles são – a iniciativa Open Compute desde 2011 compartilha o design desses computadores. Com o tempo, a rede social também passou a desenvolver outros produtos: instalações de armazenamento resfriado em seus data centers, totalmente projetada por seus engenheiros. Entre 2011 e 2013, o investimento do Facebook em seus data centers saltou de US$ 606 milhões para US$ 1.36 bilhões.
Agora entra em jogo o Oculus Rift. Criado por uma pequena empresa e sem data prevista de lançamento, o óculos de realidade virtual pode ser o primeiro grande passo do Facebook no mundo dos eletrônicos de consumo. Pode ser também a primeira investida da rede social no mundo da tecnologia vestível – acompanhando o que empresas como Google e Samsung já vem fazendo. Os desenvolvedores do Oculus Rift continuarão trabalhando como já trabalhavam, mas agora podem, com a ajuda do Facebook, reduzir custos de materiais do seu produto, e, quem sabe, lançá-lo a um preço mais acessível quando enfim estiver pronto.
O fato é que a compra do Oculus Rift só deixou claro para o mundo algo que ocorre há muito tempo dentro do Facebook. Como Jason Tayler, diretor da equipe de infraestrutura da rede social explicou à Bloomberg, “todo mundo pensa que o Facebook é uma empresa de software, mas na verdade nós trabalhamos bastante também com hardware.” [Bloomberg]