Fóssil que inspirou velociraptor de Jurassic Park é leiloado por R$ 61 milhões

Cientificamente falando, os ossos não remetem a um velociraptor, mas sim à espécie Deinonychus antirrhopus. Entenda a história
Velociraptor
Imagem: Christie's Images Ltd./Reprodução

Você já pensou em ter um (fóssil de) dinossauro dentro de casa? Essa é uma possibilidade real, mas nada barata. No dia 12 de maio, um comprador desembolsou a bagatela de US$ 12,4 milhões (cerca de R$ 61 milhões) para ter o esqueleto que inspirou o autor de Jurassic Park sob seu domínio. 

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Os 126 ossos, que datam entre 108 milhões e 115 milhões de anos atrás, foram leiloados pela Christie’s – uma renomada casa de leilões britânica. A espécie em questão recebe o nome de Deinonychus antirrhopus, apesar de ter se popularizado como velociraptor. 

Velociraptor, na verdade, é o nome original de um animal um pouco menor. Mas Michael Crichton, autor de Jurassic Park, resolveu usar o nome por achá-lo “mais dramático”.

Os primeiros fósseis de Deinonychus foram descobertos em 1931 pelo paleontólogo norte-americano Barnum Brown. Porém, os ossos leiloados pertencem a um espécime escavado em 2015, em Montana (EUA).

O esqueleto de três metros de comprimento teve que ser preenchido com moldes para substituir ossos faltantes, o que inclui o crânio. Ainda assim, ele foi vendido por um preço três vezes maior do que o valor mais baixo avaliado do Tyrannosaurus rex, de US$ 5 milhões (R$ 24,7 milhões).

O espécime recebeu o apelido de Hector, uma referência ao lendário guerreiro troiano no poema épico Ilíada, de Homero. Entre junho de 2020 e dezembro de 2021, ele ficou em exposição no Museu de História Natural da Dinamarca ao lado de outras cinco espécies de dinossauros, incluindo o tal T. rex

Os cientistas não viram a venda com bons olhos. “Deinonychus não é uma espécie fóssil comum. Ver um espécime como esse ser vendido é totalmente confuso e exasperante: ele deveria ter sido conduzido a um museu, não ao martelo do leiloeiro”, disse o paleontólogo Thomas Carr à Live Science

O comprador do fóssil não tem obrigação de compartilhar as peças com cientistas, o que pode atrapalhar a confirmação de estudos. Mesmo que o detentor do fóssil ceda o esqueleto a um museu, ele pode retirá-lo do local quando bem entender.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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