Fumar cigarro eletrônico pode diminuir fertilidade em mulheres, diz estudo
Fumar cigarros eletrônicos ou tabaco pode diminuir a fertilidade em mulheres, segundo uma nova pesquisa. O estudo indicou que mulheres que fumam os chamados “vapes” (ou até mesmo o tabaco enrolado) têm níveis mais baixos do hormônio AMH (anti-Mülleriano).
Em geral, o hormônio está envolvido no processo de regulação e desenvolvimento dos folículos do ovário. Dessa forma, ele está relacionado à capacidade de reprodução de uma mulher.
Esta é a primeira pesquisa feita com uma grande amostra a demonstrar uma ligação entre as perspectivas de fertilidade e os cigarros eletrônicos. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a importação, propaganda e o comércio de cigarros eletrônicos.
Entenda a pesquisa
Para este estudo, foram utilizados dados de um relatório da empresa de saúde feminina Hertility, que reuniu informações de 325 mil mulheres — a maioria entre os 20 e 30 anos. Os pesquisadores conduziram a pesquisa no Reino Unido. Para isso, eles analisaram dados anonimizados.
No total, quase 25% das mulheres que estavam tentando engravidar afirmaram que fumavam cigarros eletrônicos ou tabaco durante o período de tentativa. Então, a pesquisadora Helen O’Neill analisou amostras de sangue de mais de oito mil mulheres. Ela é professora em genética reprodutiva e molecular no University College London e diretora executiva da Hertility.
Todas elas buscavam engravidar, mas continuavam com o hábito de fumar “vape” e tabaco. Assim, o estudo descobriu que os níveis de AMH eram mais baixos em pessoas que fumavam cigarros eletrônicos em todos os grupos etários.
De acordo com o relatório, mulheres que fumam “vape” e têm entre 36 e 40 anos têm um quinto a menos de AMH do que aquelas que não têm o mesmo hábito.
“Isso mostra que o AMH é suprimido em pessoas que usam cigarros eletrônicos em comparação com quem não usa ‘vape‘, de forma semelhante ao que já foi mostrado em fumantes”, afirmou O’Neill ao The Telegraph.
Por isso, a pesquisadora defende que as mulheres devem abandonar o hábito para evitar frustrar suas chances de engravidar. Ela sugere que essas pessoas recebam orientações claras sobre as evidências do risco do uso de “vape“.