Ciência

Fumo passivo pode aumentar níveis de chumbo no sangue de crianças, diz estudo

Concentração elevada de chumbo no sangue pode levar a doenças neurológicas; metal afeta principalmente desenvolvimento de crianças
Imagem: Priscilla Du Preez/ Unsplash/ Reprodução

Os níveis de chumbo no sangue de crianças com exposição à fumaça do tabaco são mais altos do que daquelas que não são fumantes passivas. A descoberta é de um estudo recente, publicado na revista de ciências biomédicas BMC Public Health.

Em geral, quem tem uma exposição intermediária e alta à fumaça de cigarro apresenta um aumento de 18% e 29%, respectivamente, na quantidade de chumbo no organismo.

A informação preocupa porque o metal pesado tem implicações negativas na saúde das pessoas, especialmente das crianças, que estão em desenvolvimento.

Entenda a pesquisa

No total, participaram do estudo  2.815 crianças e adolescentes dos EUA, que tinham entre 6 e 19 anos. Entre 2015 e 2018, os pesquisadores analisaram dados sobre os níveis de chumbo no sangue e a presença de uma substância conhecida como cotinina. 

Ela se forma quando a fumaça do tabaco é inalada, de modo que indica a exposição ao fumo passivo.

Além dos resultados que comprovaram a relação entre o aumento da exposição e o altos níveis de chumbo no sangue, a pesquisa também identificou os grupos de maior risco. 

Segundo o estudo, meninos estão mais expostos ao fumo passivo e, consequentemente, apresentam maiores níveis detectáveis de chumbo no sangue. O mesmo é observado entre crianças e adolescentes negros, quando em comparação com os outros grupos étnicos.

Além disso, o chumbo em níveis elevados aparece mais em crianças de 6 a 10 anos do que em participantes mais velhos. 

Levando em consideração todas essas variáveis, crianças que fazem parte de famílias de baixa renda são mais afetadas. No total, elas apresentaram níveis de chumbo no sangue 27% mais altos em comparação com as de famílias de alta renda.

Quais as consequências

Em geral, humanos não eliminam naturalmente o chumbo que está presente no organismo. Dessa forma, ele se acumula nos ossos e no sangue, causando diversos problemas neurológicos.

A presença de níveis elevados de chumbo pode danificar os nervos, além de causar problemas cognitivos e perda de pontos de QI. Por isso, há indícios de que o metal também pode ter um papel no desenvolvimento de doenças como o mal de Alzheimer e a esquizofrenia.

Agora, os pesquisadores trabalham em projetos para educar pais e administradores de escolas sobre os perigos do envenenamento por chumbo – incluindo a exposição ao fumo passivo. De maneira geral, eles buscam incentivar testes na água potável, por exemplo.

Em futuras pesquisas, pretendem quantificar a contribuição de várias fontes para a exposição ao chumbo.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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