Galáxias mergulham no Coma e deixam “rabo de fogo” recorde para trás

Choque de gás criou cauda superaquecida de 1,5 milhão de anos-luz de comprimento
Galáxias mergulham no Coma e deixam "rabo de fogo" recorde para trás
Imagem: NASA/Reprodução

Um grupo de galáxias deixou uma enorme cauda de gás superaquecido para trás ao entrar no Aglomerado Coma, relatou a NASA. Segundo os astrônomos, o “rabo de fogo” é o mais longo já visto em episódios do tipo. 

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A estimativa é que a cauda tenha 1,5 milhão de anos-luz de comprimento. O tamanho equivale a cerca de 15 vezes o diâmetro da nossa galáxia, a Via Láctea.

Este é um novo recorde, visto que caudas atrás de grupos de galáxias tendem a ter entre 800 mil e 1 milhão de anos-luz de comprimento. A velocidade também impressiona: o grupo de galáxias está viajando a 4,8 milhões de km/h. 

Grupos de galáxias são coleções de até 50 galáxias unidas pela gravidade. Já os aglomerados são ainda maiores, podendo conter centenas ou milhares de grupos de galáxias. 

Neste caso, o grupo de galáxias identificado pelo Observatório de Raios-X Chandra é o NGC 4839. Já o Aglomerado Coma fica a 340 milhões de anos-luz da Terra, e é um dos maiores que se tem notícia no Universo. 

Os astrônomos conseguiram ver que NGC 4839 está na borda do aglomerado e se move em direção ao centro. Nesse processo, o gás quente do grupo colide com o gás de Coma — que é o que forma a grande cauda. 

Isso porque todos os aglomerados e grupos de galáxias são envoltos por grandes quantidades de gás quente. Essas “poças” superaquecidas, embora finas e difusas, representam uma parcela significativa da massa nesses conjuntos de estrelas.

Veja o mergulho das galáxias em Coma 

Na imagem à esquerda, em azul, a visão de raios-X mostra o Aglomerado Coma através do XMM-Newton da ESA (Agência Espacial Europeia). O grupo NGC 4836 está no canto inferior direito.

A segunda imagem, em roxo, mostra a cabeça da cauda do grupo de galáxias em meio ao gás mais denso. Veja: 

Galáxias mergulham no Coma e deixam "rabo de fogo" recorde para trás

Grupo de galáxias NGC 4839 mergulha no aglomerado de galáxias Coma, em registro de junho de 2023. Imagem: NASA/Reprodução

O equipamento não conseguiu captar o gás quente do Aglomerado Coma, pois os raios são muito fracos para serem vistos na imagem. Ainda assim, os astrônomos sabem que o gás na cauda atrás de NGC 4839 vai se fundir com a grande quantidade de gás quente que já existe em Coma. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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