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Ganhador do Oscar com o filme “Crash” é preso na Itália por agressão sexual

De acordo com a imprensa local, Paul Haggis foi detido neste domingo (19) por suspeita de ter forçado uma mulher a manter relações sexuais com ele por dois dias

Paul Haggis

Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

O cineasta e roteirista canadense Paul Haggis, vencedor do Oscar por “Menina de Ouro” e “Crash: No Limite”, foi detido em Ostuni, no sul da Itália, sob as acusações de violência sexual e lesões contra uma mulher ainda não identificada. A informação foi revelada à Variety pela promotoria da cidade de Brindisi.

Segundo o site norte-americano, Haggis é acusado de forçar uma jovem estrangeira – ou seja, não italiana – a ter relações sexuais ao longo de dois dias em Ostuni. De acordo com um relatório da polícia italiana, a suposta vítima, após ser agredida, foi levada por Haggis ao aeroporto Papola Casale, em Brindisi, e deixada lá na manhã de sexta-feira (17), apesar de suas “precárias condições físicas e psicológicas”. 

No aeroporto, a suposta vítima de estupro, em “estado confuso”, segundo o relatório, foi atendida pelo pessoal do aeroporto e pela polícia de fronteira que, depois de ter prestado os primeiros socorros, a acompanhou até os escritório da polícia italiana. A mulher foi levada ao hospital A. Perrino em Brindisi, onde entrou em vigor o chamado “protocolo rosa” da Itália para vítimas de estupro.

Posteriormente, a mulher também apresentou acusações formais contra Haggis. Ele viajou à Itália para participar do Allora Fest. A Variety informou que o diretor daria diversas palestras no evento, que é organizado pela jornalista italiana Silvia Bizio e pelo crítico de arte espanhol Sol Costales Doulton e está programado para acontecer entre terça-feira (21) e domingo (26).

A vítima estava hospedada na casa de Haggis antes do festival, segundo os promotores responsáveis ​​pelo caso. “Ele supostamente forçou a jovem, que ele conhece há tempo, a ter relações sexuais”, escreveram. Após um dos encontros, a mulher foi “forçada a procurar atendimento médico”.

Em um comunicado, o Allora Fest disse que “ficaram sabendo com consternação e choque a notícia de que Paul Haggis está sob custódia por suposta violência”. Os realizadores do festival “retiraram imediatamente do evento qualquer participação do realizador” e “ao mesmo tempo, manifestam total solidariedade com a mulher envolvida”, acrescentaram.

“Os temas escolhidos para o festival são, entre outros, os da igualdade, igualdade de gênero e solidariedade. Como profissionais e mulheres, elas estão consternadas e esperam que o festival ajude a promover mais informações e conscientização sobre um assunto tão atual e cada vez mais urgente”, disse o Allora Fest em comunicado. 

“Sob a lei italiana, não posso discutir as evidências”, disse a advogada pessoal de Haggis, Priya Chaudhry, em um comunicado. “Dito isso, estou confiante de que todas as alegações contra o Sr. Haggis serão rejeitadas. Ele é totalmente inocente e está disposto a cooperar totalmente com as autoridades para que a verdade seja revelada rapidamente”.

Por meio de seu advogado italiano, Michele Laforgia, Haggis negou as acusações. “Façam averiguações o mais rápido possível, sou totalmente inocente”, disse Laforgia. 

Além de “Menina de Ouro” e “Crash”, Haggis é conhecido por criar a série “Chuck Norris: O Homem da Lei” (1993-2001), recentemente reimaginada como “Walker”, e outros como “No vale das sombras” (2007) e “72 horas” (2010), bem como a série “Show me a hero” (2015). Ele também assinou os roteiros de “A conquista da honra” (2006), “007: Cassino Royale” (2006), “007 – Quantum of Solace” (2008) e “Cartas de Iwo Jima” (2006).

Vale lembrar que Paul Haggis já responde a um processo por abuso sexual nos EUA. O cineasta foi processado em 2018 pela publicitária Haleigh Breest, que alegou que ele a estuprou violentamente após uma estreia em 2013. Isso levou mais três mulheres a apresentarem suas próprias acusações de má conduta sexual contra Haggis, que negou todas as acusações. O julgamento ainda está pendente, devido aos atrasos causados pelo COVID.

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